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Olimpíadas 2024 | Vila Olímpica está "insustentável" para os atletas?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Anne Jea/CC-BY-4.0
Anne Jea/CC-BY-4.0

Nas Olimpíadas de Paris 2024, a França tentou o impossível — construir uma Vila Olímpica ecologicamente sustentável e que agradasse aos atletas de todas as delegações. A falta de ar-condicionado e cortinas, a alimentação vegetariana e as camas de papelão, no entanto, repercutiram mal entre os competidores.

Por sustentável, queremos dizer atitudes de consumo que reduzam o esgotamento dos recursos naturais, garantido o futuro das próximas gerações ao diminuir a pegada de carbono. O termo é usado para resumir os impactos ambientais de uma atividade em na quantidade equivalente de gás carbônico que ela estaria liberando na atmosfera, já que o CO2 é o que mais contribui entre os gases do efeito estufa.

Entre as preocupações das delegações, está a recuperação dos atletas, que acabam voltando para um ambiente quente, de cama dura e com tecido sintético descrito como desconfortável por alguns e bastante compartilhado, com até dez atletas dividindo um quarto e poucos banheiros. Como atingir o máximo de sua capacidade física com cansaço, dores e estresse?

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Para piorar, a organização francesa permitiu que as delegações comprassem e instalassem ar-condicionado, colchonetes macios e cuidasse da alimentação de seus competidores, e, frente às diferentes condições financeiras de cada país, surgiram acusações de privilégios econômicos e desigualdade nas olimpíadas.

Relatos sobre a Vila Olímpica

Um dos relatos iniciais sobre as acomodações veio de Coco Gauff, uma tenista estadunidense que postou, em suas redes sociais, o estado do apartamento onde estava hospedada — a própria legenda já diz “10 garotas, dois banheiros”. Em comentários, a atleta ainda conta que todas as suas colegas foram para hotéis, e ela passou a dividir o espaço com outras desportistas.

Sem ar-condicionado, a organização instalou um sistema de resfriamento com água nas paredes, capaz de diminuir a temperatura em até 10 ºC, mas só é permitido aos atletas resfriar um máximo de 2 ºC, gerando reclamações.

Não há cortinas, então improvisos com toalhas nas janelas e papel alumínio foram feitos por competidores como a estadunidense Chari Hawkins. Nas camas, colchonetes foram usados para contornar o fino colchão olímpico, que, no entanto, possui um lado duro e outro macio.

A sete quilômetros do centro da capital francesa, Paris, em Saint-Denis, a Vila Olímpica conta com padarias distribuindo baguetes por todos os seus 54 hectares (540.000 m²), mas o refeitório central foi o aspecto mais criticado pelos atletas. Segundo relatos, não há ovos, frango e alguns carboidratos importantes o suficiente, essenciais para a alimentação de competidores de alta performance.

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As refeições vegetarianas não trazem a proteína animal que os atletas costumam comer, e, para piorar, alguns pratos animais traziam carne crua. Algumas federações levaram a equipe para comer em restaurantes — muitos brasileiros preferiram comer no Chateau do Time Brasil, um castelo alugado em Saint-Ouen, nas proximidades da Vila Olímpica, onde é servida comida típica, como feijoada.

A organização das Olimpíadas disse estar ouvindo as críticas e prometeu melhoras. Apesar das reclamações, as tecnologias sustentáveis viram alguns avanços, como a instalação de conchas no pavimento da Vila Olímpica, capazes de guardar água da chuva e evaporá-la nos dias quentes para resfriar o chão.

Após as Paraolimpíadas, em setembro, há planos de transformar as acomodações em escritórios e apartamentos, incluindo habitações sociais. Se vale a pena o sacrifício, no entanto, teremos de perguntar aos atletas.

Fonte: Com informações de UOL