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O que significa entrar em coma? Saiba tudo sobre o estado de inconsciência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Dezembro de 2020 às 17h00

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Anna Shvets/Pexels
Anna Shvets/Pexels

Muito provavelmente, você já ouviu falar que alguém está ou entrou em coma. Porém, você sabe exatamente do que se trata esse termo e o que acontece com o corpo humano quando o cérebro entra em coma? Pensando nas dúvidas que as pessoas ainda possam ter sobre esse estado, o Canaltech preparou um guia com todas as informações que você precisa saber para entender melhor sobre o que é o coma e suas causas.

Antes de entender melhor, é preciso saber a definição da palavra coma. Derivada da palavra grega “koma”, que significa “sono profundo”, o coma consiste no estado prolongado de inconsciência. A inconsciência, por sua vez, acontece quando alguma parte do cérebro foi danificada, seja de forma permanente ou temporária, fazendo com que a pessoa não consiga ficar acordada e não responda a estímulos como dor, luzes e sons.

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Sendo assim, uma pessoa que entra em coma, seja de forma natural ou induzida, está viva, mas não consegue pensar e falar. No entanto, funções importantes para o corpo humano continuam acontecendo normalmente, como a respiração e a circulação do sangue, sem a necessidade de equipamentos para isso. Mesmo assim, a pessoa precisa ficar internada em um hospital e continuar recebendo tratamento médico para que a recuperação seja efetiva e não haja sequelas no futuro.

Durante a internação de uma pessoa em coma, os profissionais de saúde precisam fazer o monitoramento constante do paciente para que o cérebro se mantenha preservado e que o caso não se agrave, permitindo que, ao acordar, a pessoa consiga voltar a sua vida normal gradativamente. A duração de um coma costuma ser menos de quatro semanas, com a recuperação acontecendo de forma gradual, mas também há casos em que uma pessoa permanece em um estado de inconsciência por anos ou décadas.

O que leva uma pessoa ao coma?

O estado de coma é uma consequência de um dano ao cérebro, mais especificamente na região do sistema ativador reticular, responsável por controlar a consciência. A região pode ser danificada por ferimentos na cabeça, perda de oxigênio, pressão no cérebro, infecções, fatores toxicológicos e distúrbios metabólicos.

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Entre os exemplos desses danos estão:

  • Traumatismos cranianos;
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral), quando falta oxigenação no cérebro;
  • Tumores cerebrais;
  • Afogamentos;
  • Ataques cardíacos;
  • Diabetes;
  • Overdose de drogas ou álcool;
  • Envenenamento por monóxido de carbono;
  • Acúmulo de toxinas no organismo, como dióxido de carbono, amônia ou ureia;
  • Envenenamento por metais pesados, como chumbo;
  • Infecções como encefalite ou meningite;
  • Convulsões constantes;
  • Desequilíbrio eletrolítico (de minerais que possuem carga elétrica).

Quando acontecem lesões cerebrais, elas levam o paciente à anóxia, que é provocada com a falta total de oxigênio no órgão, fazendo com que haja a morte celular dos tecidos cerebrais. Isso acontece como resultado de ataques cardíacos, traumatismo craniano, traumas, afogamentos, overdose de drogas ou álcool e afogamentos. 

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Lesões na cabeça também podem acumular fluídos no crânio e inchar o cérebro, o que também causa o coma porque o órgão acaba empurrando o tronco cerebral para baixo, danificando o sistema de ativação reticular. O mesmo acontece quando uma lesão provoca o sangramento excessivo nas camadas do cérebro, criando uma compressão do lado em que houve o dano.

Além disso, o diabetes também pode levar uma pessoa ao coma, seja pela hiperglicemia, quando os níveis de açúcar no sangue estão muito mais altos que o normal, ou pela hipoglicemia, que acontece quando os níveis estão mais baixos, o que afeta o sistema nervoso central, uma vez que o cérebro precisa da glicose nos níveis certos para funcionar corretamente. O coma provocado pela hipoglicemia pode ser tratado com a correção dos níveis de açúcar, mas se a duração for prolongada o coma acontece de forma mais grave e longa, trazendo danos permanentes ao cérebro.

O oxigênio também é essencial para o bom funcionamento do cérebro, que é prejudicado quando o fluxo é cortado por algum incidente. As infecções podem prejudicar o sistema nervoso central e causar o coma, e no caso das toxinas, elas provocam consequências que prejudicam o funcionamento dos neurônios. Quando uma pessoa tem muitas convulsões, geralmente repetidas em um curto intervalo, o cérebro não consegue se recuperar a tempo, causando o coma.

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Sintomas e diagnóstico

Por mais que pareça algo praticamente instantâneo, o coma conta com os seus sintomas, que podem ser sinais da necessidade de atendimento médico imediato. Entre eles estão falhas no reflexo do tronco cerebral, que é visto em pupilas que não respondem à luz, a falta de repostas de membros, com exceção de reflexos, sem resposta a estímulos de dor, ou ainda respiração irregular.

Se você presenciar uma pessoa com os sintomas de um coma ou já no estado de inconsciência, procure ajuda médica o quanto antes. Quando em coma, o paciente não consegue se expressar, mas são feitos alguns exames físicos que podem trazer informações sobre como o coma aconteceu, além de investigar o caso com testemunhas ou pessoas próximas, entre amigos e parentes. Eles serão questionados sobre quaisquer eventos suspeitos que possam ter acontecido anteriormente, incluindo também detalhes sobre a vida da pessoa, o seu histórico médico (anamnese) e sobre o uso de drogas ou álcool.

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Os exames físicos fazem a análise dos reflexos, padrões de respiração, sinais de marcas na pele que possam levar a como aconteceu o coma, observação da pupila e a resposta a estímulos de dor. Além disso, são feitos exames laboratoriais com a coleta de sangue, avaliando a função da tireoide e do fígado, os níveis de eletrólitos, se há o envenenamento por monóxido de carbono, se houve overdose por drogas ou álcool, e também se há alguma infecção no sistema nervoso.

Além dos exames de sangue, os médicos especializados poderão fazer alguns diagnósticos de imagem, como a tomografia computadorizada, para obter uma imagem detalhada do cérebro, a ressonância magnética, que usa ondas de rádio e magnetismo para visualizar melhor o cérebro, ou ainda um eletroencefalograma, que vai fazer a avaliação da atividade elétrica do paciente que acabou de entrar em coma.

O que é o coma induzido?

Além do estado do coma que é provocado naturalmente após um trauma enfrentado pelo cérebro, existe ainda o coma induzido, que acontece com a ajuda de medicamentos que irão induzir a inatividade cerebral. Esta forma de inconsciência é reversível e existe um motivo pelo qual ele acontece.

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No coma induzido, os profissionais de saúde querem atingir um nível de sedação que faz com que o cérebro permaneça completamente em inatividade por alguns segundos, intercalando com breves períodos de atividade. A indução acontece, geralmente, quando há lesões cerebrais traumáticas que incham e pressionam o cérebro, reduzindo o fluxo sanguíneo e danificando o tecido cerebral. 

Então, com o coma sendo induzido, o órgão consegue descansar, diminuindo o inchaço e ficando mais protegido contra danos futuros. A indução do coma, no entanto, não é um procedimento normal, sendo feito apenas como a última opção de proteção para o cérebro. O procedimento é feito por um médico anestesiologista, com o andamento do coma sendo monitorado através da atividade cerebral e sinais vitais.

Assim que os médicos descobrem que o paciente está se recuperando, é feito o processo de reversão do coma. A inconsciência induzida costuma durar entre alguns dias, até no máximo duas semanas. Assim como todo procedimento médico, existem alguns riscos, como o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, infecções como pneumonia, problemas cardíacos, imobilidade e alucinações.

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Coma e estágios de inconsciência

Quando se fala em coma, é preciso saber diferenciar os estágios de falta de consciência. O coma é um estado de inconsciência provocado por uma lesão no cérebro, em que a pessoa não reage a qualquer estímulo, mas consegue respirar normalmente. Porém, existem outros estados: o de mínima consciência, vegetativo e morte cerebral.

No caso de estado de mínima consciência, também provocada por lesões cerebrais, os pacientes estão alerta para o que vem acontecendo ao seu redor e podem até responder a comandos, mesmo que estejam sempre sonolentos. Em certos momentos, pessoas nesse estado conseguem reagir à dor, segurar objetos e rastrear movimentos com os olhos, se recuperando de forma gradual. 

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Já no estado vegetativo, o paciente não mostra qualquer sinal de percepção e comunicação, pois suas funções cerebrais foram afetadas. Porém, assim como no coma, ele consegue fazer movimentos involuntários, respirar, abrir e fechar os olhos. Pacientes que estão nesse estado podem permanecer assim por semanas, e em casos mais graves, viver assim permanentemente.

Na morte cerebral, os danos ao cérebro foram irreversíveis, com a pessoa não conseguindo nem ao menos respirar sozinha, precisando da ajuda de aparelhos, que vão colaborar ainda para manter os batimentos cardíacos ativos. Com a retirada das máquinas, o paciente tem um ataque cardíaco e acaba morrendo.

Tratando o coma

O tratamento do coma consiste, basicamente, em preservar o funcionamento do cérebro e a saúde do órgão. Para isso, os profissionais da área trabalham com a aplicação de antibióticos, pois existe uma infecção no cérebro, e existem casos em que é preciso passar por cirurgias para reduzir o inchaço. 

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Com o coma estabilizado, os médicos continuam trabalhando para prevenir infecções que possam aparecer no organismo, evitando ainda contraturas dos músculos, uma vez que a pessoa passa muito tempo sem movimento, e também garantindo que ela esteja sempre bem nutrida.

Com informações de: Brain & Life, Healthline, Medical News Today, WebMD