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O que é hepatite e quais as diferenças entre os tipos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Maio de 2022 às 14h55

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Ruwanof/Envato Elements
Ruwanof/Envato Elements

A hepatite é causada por diferentes tipos de vírus e podem ter graves consequências para o indivíduo, dependendo de uma série de fatores, como o nível de imunidade. Na medicina, são conhecidos cinco tipos principais de hepatite, como A, B, C, D e E.

Recentemente, casos misteriosos de hepatite aguda foram identificados em crianças. Os primeiros relatos foram feitos no Reino Unido e, desde então, pesquisadores investigam a sua origem. Sabe-se que a condição grave não tem relação com os tipos já conhecidos de hepatite. A suspeita é que a causa seja um adenovírus.

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O que é hepatite?

Vale explicar que, segundo o Serviço Nacional de Saúde (NHS), no Reino Unido, "hepatite é um termo usado para descrever a inflamação do fígado. Geralmente, é o resultado de uma infecção viral ou dano hepático causado pelo consumo de álcool". Também existe a hepatite bacteriana, por exemplo.

"Alguns tipos não causarão problemas sérios, enquanto outros podem ser duradouros (crônicos) e causar cicatrizes no fígado (cirrose), perda da função hepática e, em alguns casos, câncer de fígado", explica a entidade britânica. Inclusive, alguns pacientes podem precisar de um transplante de fígado.

Diferentes tipos de inflamação no fígado

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Hepatite A

Como o nome já diz, a hepatite A é causada pelo vírus homônimo. Geralmente, a sua transmissão ocorre através do consumo de alimentos e bebidas contaminados com fezes de uma pessoa já infectada. Esse tipo da doença a passar dentro de alguns meses, embora possa ser grave e até mesmo fatal em alguns casos raros, segundo o NHS.

Hepatite B

A hepatite B é transmitida através do sangue de uma pessoa infectada pelo vírus. Dessa forma, uma pessoa pode se contaminar com o uso compartilhado de seringas. Em crianças, o risco maior é a transmissão de grávidas infectadas para o próprio bebê ou pelo contato de criança para criança.

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A maioria dos adultos consegue se recuperar em alguns meses da infecção, após iniciar o tratamento adequado. No entanto, a maior parte das pessoas infectadas quando criança desenvolve uma infecção de longo prazo, a hepatite B crônica. Quando não tratada, pode levar à cirrose e ao câncer de fígado.

Hepatite C

A hepatite C também é transmitida a partir do sangue já infectado. A diferença é que pode se manifestar de forma assintomática ou causar apenas sintomas semelhantes aos da gripe. Quando a condição não é tratada, o paciente pode desenvolver a hepatite C crônica, onde os riscos de cirrose e insuficiência hepática aumentam.

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Hepatite D

A hepatite D afeta apenas pessoas que já estão infectadas com hepatite B. Isso porque o agente infeccioso da D precisa do da B para sobreviver no corpo humano. A doença é, geralmente, transmitida através do contato com o sangue contaminado ou através de relações sexuais desprotegidas. Na fase crônica, pode desencadear a cirrose e o câncer de fígado.

Hepatite E

No caso da hepatite E, a transmissão é associada ao consumo de algumas carnes contaminadas — em estado cru ou mal cozida —, como a de porco, javali, veado e marisco. Na maioria das vezes, a infecção é leve e de curto prazo, mas pode ser grave em algumas pessoas, como aquelas que têm um sistema imunológico enfraquecido.

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Todos os tipos são comuns no Brasil?

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são aquelas causadas pelos vírus A, B e C. Além deles, o Ministério da Saúde explica que "existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia".

O que causa e como se pega hepatite?

Como explica o serviço de saúde britânico, a maioria dos casos de hepatite são causados por vírus específicos, como o vírus da hepatite A e o da hepatite E. Apesar das variações entre os modos de transmissão, dependendo do tipo, algumas formas de prevenção podem proteger contra todos os tipos.

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A seguir, confira algumas dicas que ajudam a impedir a transmissão da hepatite:

  • Higienizar as mãos frequentemente;
  • Lavar bem frutas e legumes;
  • Cozinhar os alimentos;
  • Usar preservativo nas relações sexuais;
  • Não compartilhar seringas;
  • Evitar o consumo excessivo de álcool;
  • Estar em dia com a carteirinha de vacinação.

Sintomas da doença

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De forma geral, o indivíduo pode considerar os seguintes sinais e sintomas como parte de um quadro de inflamação do fígado:

  • Icterícia (olhos e peles amarelados, por causa da bilirrubina no sangue);
  • Urina escura;
  • Comichão na pele (coceiras);
  • Dor muscular;
  • Dor abdominal;
  • Perda de apetite;
  • Náusea e vômitos;
  • Diarreia;
  • Febre.

Apesar de existirem alguns sintomas clássicos da doença, alguns pacientes podem ser assintomáticos para o quadro de infecção viral, ou seja, não apresentam nenhum sintoma. Nessas condições, a doença só poderá ser confirmado através de exames específicos.

Quem teve hepatite pode doar sangue?

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Pessoas que tiveram algum tipo de hepatite após os 10 anos não podem doar sangue, segundo as orientações da Fundação Pró-Sangue. Esta entidade responsável pela coleta de doações e está ligada com a Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.

Outro fator limitante é que a pessoa não poderá dor sangue, por 12 meses, "se teve relação sexual com pessoa com hepatite", segundo as regras do banco. Após o período, o sangue poderá ser colhido normalmente.

Existe vacina contra hepatite?

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No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacinas contra a hepatite A — para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos — e a B — onde o processo vacinal é iniciado ao nascer e se completa aos 6 meses.

É importante destacar que a vacina ajuda a prevenir contra as infecções do vírus da hepatite A e B, mas não deve ser usada como forma de tratamento e nem como alternativa para impedir a evolução do quadro de inflamação no fígado.

Fonte: NHS, Fundação Pró-Sangue, Ministério da Saúde