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O que é Gangrena de Fournier, que pode levar à amputação do pênis?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Agosto de 2022 às 18h10

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AtlasComposer/Envato
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Gangrenas causam a morte de um tecido, impedindo o fluxo sanguíneo, e podem afetar praticamente qualquer parte do corpo. Agora, Gangrena de Fournier, também conhecida como Síndrome de Fournier, costuma atingir o saco escrotal, o pênis e o períneo — aquela região que fica entre o ânus e o pênis. A condição é normalmente causada por uma bactéria.

"Este tipo de gangrena envolve os órgãos genitais. Geralmente afeta homens, mas as mulheres também podem desenvolvê-lo", complementa a Mayo Clinic, em artigo sobre a Síndrome de Fournier. De forma geral, "uma infecção na área genital ou no trato urinário causa esse tipo de gangrena", acrescenta.

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Como os vasos sanguíneos não irrigam mais a região de forma adequada, o tecido afetado começa a entrar em necrose, ou seja, morre aos poucos. A condição é bastante rara, mas o tratamento deve ser imediato, já que pode levar ao óbito. Em casos graves, a área afetada precisa ser removida, mesmo que envolva parte do pênis ou dos testículos.

Por que ocorre a Gangrena de Fournier?

De acordo com o Medical News Today, a causa da Gangrena de Fournier é uma infecção. A maioria delas é causada por uma bactéria, mas fungos e vírus também podem provocar o quadro de necrose na região genital. Para que isso ocorra, em primeiro lugar, o paciente deve ter uma ferida na região, que será usada como porta de entrada pelo agente invasor.

Entre as possíveis portas de entradas para uma bactéria no pênis ou no períneo, estão abscessos (cistos) na região, cortes, feridas, tumores e até piercings genitais. Apesar do risco ser maior nesses casos, algumas vezes a origem da gangrena é desconhecida.

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Quais são os fatores de risco para este tipo de gangrena?

Para entender quais pacientes corriam maior risco de desenvolver Gangrena de Fournier, uma equipe de pesquisadores da Bengaluru Medical College and Research Institute (Bmcri), na Índia, investigou casos que foram diagnosticados com este tipo de necrose. A conclusão é que o risco é de 20% a 70% maior em pacientes com diabetes.

Segundo o estudo, publicado na revista científica ISRN Surgery, outros fatores de risco para a condição são:

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Vale observar que o risco do diabetes é maior para praticamente todos os tipos de gangrena. Em 2021, foi estimado em 79,1 o número de amputações diárias de pés ou pernas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (Sbacv). Em comum, a maioria desses pacientes conviviam com a doença e não realizavam o tratamento adequado.

Quais os sintomas da necrose dos tecidos?

Em um primeiro momento, o paciente com Gangrena de Fournier pode sentir mal-estar, dor e inchaço na região genital afetada, como o pênis ou o escroto. No entanto, de forma gradativa, os sintomas começam a se intensificar, principalmente a dor. Aqui, é possível sentir odores vindos da região afetada, já que o tecido começa a morrer.

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Em um segundo momento, a infecção inicial pode se espalhar para outras regiões próximas e, quando não há tratamento, a bactéria cai no sistema sanguíneo, levando o paciente a um possível quadro de sepse. Nessas condições, o risco de morte é alto.

Como fica a região genital?

Para entender como a região genital pode ser afetada por este tipo de necrose, a equipe do Canaltech pesquisou diversos artigos científicos sobre o tema. As imagens retratam casos extremos de Gangrena de Fournier e, por isso, não são recomendadas para pessoas sensíveis.

Este tipo de gangrena pode ser conferido em artigo da revista científica European Journal of Medical Research. Casos explícitos da condição também estão disponíveis em um artigo publicado pela revista científica ISRN Surgery. Na revista International Wound Journal, existem imagens de casos graves da gangrena.

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Existe tratamento para a Síndrome de Fournier?

Para o tratamento da Síndrome de Fournier, a equipe médica costuma adotar um protocolo com antibióticos, aplicados diretamente na veia do paciente, quando a causa é uma bactéria. A ideia é acabar com a infecção, reduzindo as possíveis complicações.

Em seguida, é feita a limpeza da região afetada, incluindo a remoção de áreas de tecido morto. Neste ponto, alguns pacientes podem passar pela amputação do pênis, quando o caso era grave demais. Dependendo das condições, é possível realizar procedimentos de reconstrução para a área afetada.

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Uma alternativa para acelerar o fechamento das feridas é o uso da técnica conhecida como oxigenoterapia hiperbárica. O procedimento basicamente consiste em aplicar oxigênio 100% puro na lesão — enquanto isso, o ar que respiramos carrega cerca de 20% de oxigênio. No entanto, cada quadro deve ser avaliado pelo médico responsável e, em caso de dúvidas ou de suspeita da condição, é recomendável buscar ajuda médica imediatamente.

Fonte: Mayo Clinic, Isrn Surgery e Medical News Today