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O que acontece com o corpo de um doador de órgãos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Agosto de 2021 às 08h30

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Jesse Orrico/ Unsplash
Jesse Orrico/ Unsplash

A doação de órgãos salva vidas de milhares de pessoas em todo o mundo, mas para que isso aconteça, na maioria das vezes, um possível doador precisa ter entrado em óbito. Até existem casos de pacientes que fazem a doação de órgãos ainda em vida, mas depende de qual órgão a outra pessoa precisa e se é possível que o doador sobreviver sem um ou parte deles. Esses órgãos são rim, parte do fígado e medula óssea.

Para o restante, então, o doador precisa estar em óbito. O que acontece, então, com o corpo do doador quando ele morre? Como os médicos conseguem manter os órgãos vivos até o momento do transplante? O processo exige bastante atenção e cuidado e, assim que é verificada a possibilidade da doação, os médicos precisam agir rápido.

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Lesão cerebral

Primeiramente, para que uma pessoa se torne doadora de órgãos, a morte precisa ter acontecido em um hospital, com o corpo conectado a ventiladores mecânicos e o paciente precisa ter sofrido uma lesão neurológica. A morte cerebral, no entanto, pode acontecer de duas formas: a morte cerebral em si ou a morte cardíaca, que acontece quando a condição resulta em uma lesão cerebral irreversível.

Essas lesões podem acontecer em diferentes partes do cérebro e, mesmo quando ainda há uma atividade cerebral pequena, a pessoa pode nunca conseguir se recuperar. Então, ela é mantida em um ventilador mecânico para que os órgãos continuem funcionando de forma artificial. Para a doação, o paciente não pode ter doenças como câncer, ou ainda a infecção pela COVID-19, o que pode danificar os órgãos. Pessoas soropositivas, no entanto, podem doar para outras pessoas soropositivas. 

A análise da saúde dos órgãos pode ser feita em exames de rotina, além de inspeções no coração com a ajuda de um tubo fino (cateter) na veia ou artéria, que passa pelos vasos sanguíneos e vai até o coração. Também é possível fazer uma radiografia do tórax para avaliar o tamanho dos pulmões, se há doença ou infecção. Essa avaliação do pulmão também pode ser feita de forma mais detalhada, com a inserção de um cateter nos pulmões. Com isso, os médicos podem identificar a necessidade do uso de antibióticos. 

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A identificação da morte cerebral acontece quando um paciente está em coma, não tem reflexos do tronco cerebral (ou encefálico) e falhou em um teste de apneia que mostra se todas as funções do tronco cerebral realmente foram perdidas. O cérebro nunca pode ser doado, mas em casos de morte cerebral, todos os órgãos podem. Caso aconteça a morte cardíaca, o coração, provavelmente, estará muito danificado.

O transplante

Após a declaração de morte e da análise da saúde dos órgãos, os médicos entram em contato com os responsáveis pela lista de pessoas que estão aguardando o transplante e encontram uma combinação que seja bem sucedida. Após encontrarem, cirurgiões são mobilizados para continuar o processo. Caso o paciente doador tenha tido morte cerebral, os órgãos são recuperados pelos médicos com uma técnica que prende o sistema circulatório para impedir o bombeamento do sangue. Já no caso de morte cardíaca, os profissionais esperam o coração parar de bater, o que pode levar de 30 minutos a duas horas, e então mais cinco minutos para garantir que o órgão não vai voltar a bater.

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Nesse caso, pode acontecer de os médicos decidirem não recuperar os órgãos se o coração demorar muito tempo para parar de bater, uma vez que isso pode começar a provocar a falha de outros órgãos. Então, para ambos os casos de doadores, os órgãos são drenados e preenchidos com uma solução de preservação fria e, na sequência, são removidos. O processo é acelerado, pois os órgãos precisam chegar o quanto antes para quem vai receber o transplante. O coração e os pulmões podem durar de quatro a seis horas fora do corpo, o fígado até 24 horas, pâncreas de 12h a 24h, e os rins de 48h a 72h. Com os órgãos recebidos, é feito o transplante.

Fonte: LiveScience