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O que a redução de anticorpos significa em relação a proteção das vacinas?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Novembro de 2021 às 11h35

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iLexx/Envato Elements
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Com o avanço da vacinação contra a covid-19, muito se fala da importância dos anticorpos e também da diminuição do número dessas moléculas de defesa ao longo dos meses. Afinal, isso significa que o imunizante contra o coronavírus SARS-CoV-2 está perdendo efeito? Definitivamente, não. Isso porque o sistema imunológico é muito mais complexo e os anticorpos são apenas uma parte disso.

Na verdade, a redução na concentração de anticorpos contra a covid-19 é esperada e o mesmo ocorre com a maioria das vacinas. O fato de que nossos níveis de anticorpos estão muito altos após uma vacina e depois diminuem ao longo dos próximos meses é apenas “como as vacinas funcionam”, esclarece Nicole Doria Rose, imunologista do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos.

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Entenda como o sistema imunológico funciona

Quando um agente infeccioso entra no corpo, as primeiras células de defesa são parte do sistema imunológico inato — a parte do sistema imunológico com a qual nascemos e que não é especializada em nenhum invasor. Essas células de defesa inatas estão sempre alerta. Depois do ataque das células inatas — o que não costuma ser muito certeiro —, o sistema imunológico adaptativo — a parte que se desenvolve conforme entramos em contatos com bactérias e vírus — entra em ação.

Nesse grupo, estão: as células B, responsáveis pela produção de anticorpos especializados; e as células T, que buscam células infectadas para destruição. Além disso, os linfócitos T também podem guardar as feições do "inimigo" para infecções futuras e, por isso, alguns tipos recebem o nome de células T de memória. Estas são responsáveis pela proteção, de fato, duradoura.

Quando ocorre a vacinação, as células B produzem inúmeros anticorpos e, invariavelmente, a concentração dessas moléculas do sistema de defesa diminui. No entanto, a diminuição dos anticorpos não é sinônimo de perda de imunidade, já que esta aumenta com o tempo. “Os níveis de anticorpos estão diminuindo, mas algo de bom também está acontecendo: a resposta imunológica está evoluindo”, afirma Jennifer Gommerman, imunologista da Universidade de Toronto, no Canadá.

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Aqui, a exceção pode ser alguns grupos de pacientes, como os idosos que experimentam a imunossenescência — redução da capacidade do sistema imunológico, causado pelo envelhecimento. Por isso, algumas pessoas já podem receber a dose de reforço das vacinas contra a covid-19.

O próximo passo da ciência é entender por quanto tempo dura a proteção — somando todos os tipos — contra o coronavírus e, por enquanto, a resposta ainda não foi descoberta. É possível que a terceira dose da vacina seja necessária para todos ou não. Essas definições dependerão dos estudos de cada imunizante e estes já estão em andamento.

Fonte: IFL Science e Fiocruz