Novo tratamento da AstraZeneca pode proteger contra covid grave por 1 ano e meio
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 26 de Outubro de 2021 às 09h30
![Freepik/tawatchai07](https://t.ctcdn.com.br/PuLJJODYjhhguG-Xtrv-XJn3VgE=/640x360/smart/i467444.jpeg)
A AstraZeneca está concentrada em um novo tratamento para a covid-19: o AZD7442, que consiste em anticorpos monoclonais (produzidos em laboratório para imitar as defesas naturais do corpo). Os novos resultados divulgados pela empresa apontam que o tratamento é eficaz na redução de doenças graves ou morte.
- AstraZeneca: coquetel de tratamento contra a COVID-19 falhou em testes
- AstraZeneca testa anticorpos sintéticos que podem tratar e prevenir covid-19
- Anticorpos de quem se recuperou da COVID-19 não protegem contra variante Gama
Na prática, os anticorpos reconhecem partes específicas do SARS-CoV-2 e atacam diretamente ou se ligam a eles para impedir a replicação do vírus. Depois disso, os anticorpos permanecem no corpo por um período, integrando a memória imunológica. O AZD7442 é um coquetel de dois anticorpos monoclonais (tixagevimabe e cilgavimabe), projetado para evitar a forma grave da covid-19.
A principal diferença entre este e outros tratamentos baseados em anticorpos é que no AZD7442, os anticorpos foram modificados para que permaneçam no corpo por mais tempo, e os estudos evidenciaram essa proteção de longo prazo: a estimativa é que uma dose de AZD7442 possa oferecer proteção de 12 a 18 meses contra covid grave.
Eficácia do coquetel durante o estudo
O estudo de fase 3 da AstraZeneca investigou a eficácia do tratamento quando administrado a pacientes infectados com SARS-CoV-2, sob uma avaliação de 822 participantes adultos. Desses, 407 receberam o AZD7442, sendo que, neste grupo, 18 desenvolveram covid grave ou morreram. Do grupo controle (que recebeu o placebo), participaram 415 pessoas — e 37 desenvolveram a forma grave da doença ou foram a óbito. Isso sugere que os participantes foram 50% menos propensos a desenvolver a forma grave da doença do que aqueles que tomaram um placebo.
Os pacientes envolvidos no estudo receberam o tratamento de urgência, ou seja, dentro de cinco dias após apresentarem sintomas. Dos que receberam o remédio, 67% conseguiram se recuperar sem hospitalização. O estudo da AstraZeneca ainda não foi revisado por pares, mas pode ser encontrado aqui.
Fonte: IFL Science