Nova York enfrenta surto incomum de leptospirose. Por quê?

Uma das cidades mais impactadas pela covid-19 no planeta, Nova York agora enfrenta problemas com outra doença: a leptospirose. Comumente associada à urina do rato, a infecção já vitimou uma pessoa e causou 15 casos na metrópole em 2021.

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Apesar de ser um número relativamente baixo, é uma média muito superior ao normal para o padrão dos Estados Unidos. O país costumar registrar até 200 casos por ano, mas a maior parte deles vem do território de Porto Rico. Especificamente em Nova York, foram 57 casos acumulados em um período de 15 anos (média de 3,8 ao ano), então 15 casos em um ano é muito acima da média.

Em alerta publicado em setembro, o Departamento de Saúde da cidade deixou claros os riscos da doença. Enquanto registrava apenas 14 casos, 13 deles precisaram de hospitalização com insuficiência renal e hepática e dois desenvolveram problemas pulmonares. A maioria dos pacientes recebeu alta, mas um deles morreu.

Mudanças climáticas e desigualdade podem aumentar riscos

A leptospirose é uma doença zoonótica, causada por uma bactéria na urina de animais (não só ratos). No entanto, sabe-se que eventos climáticos severos, como tempestades que causam enchentes, podem fazer com que a urina contaminada se espalhe e atinja mais pessoas.

As mudanças climáticas tendem justamente a aumentar a frequência desses eventos extremos, com tempestades e furacões, que causam enchente e propiciam a propagação da doença.

Apesar disso, não os casos em excesso registrados em Nova York não foram diretamente ligados a nenhum desses eventos, no entanto, mas a tendência é que o agravamento da crise climática também provoque mais zoonoses.

Sabe-se, no entanto, que três dos casos eram de pessoas desabrigadas, que estão mais expostas à falta de higiene das ruas e que podem ter contato mais próximos com ratos.

O que é a leptospirose?

A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, espalhadas por meio da urina de vários animais. O diagnóstico às vezes pode ser complicado, pois muitas vezes seus sintomas são vagos, similares a tantas outras doenças, e incluem febre, calafrios e dores musculares. Também é possível ficar com olhos e pele amarelados.

Nem todos que contraem a bactéria desenvolvem a doença. Também há casos em que o paciente se recupera da condição para sofrer novamente com uma segunda fase, ainda mais grave, em que podem ser danificados órgãos como fígado, cérebro e coração quando não é feito o tratamento com antibióticos.

Fonte: Gizmodo