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Novo estudo cria primeiro atlas do cérebro humano

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Outubro de 2021 às 18h30

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Idimair/Envato
Idimair/Envato

O cérebro ainda é alvo de muitos estudos, um verdadeiro enigma sob os olhos da medicina e da ciência. Foi justamente com isso em mente que um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, resolveu montar um atlas, com todas as localizações do que se sabe sobre o cérebro até o momento. O estudo com esse mapa foi publicado no último dia 6 na revista científica Nature.

A ideia do estudo, basicamente, é entender como a rede de neurônios emite cada uma das funções do organismo e os impactos negativos das possíveis disfunções. O foco está no complexo conjunto de células motoras, o que engloba cerca de 160 bilhões de células.

"Se você pensa no cérebro como uma máquina extremamente complexa, como poderíamos entendê-lo sem primeiro desconstruí-lo e conhecer suas partes? Uma vez que nós tenhamos entendido como cada segmento do cérebro atua, poderemos ir adiante para assimilar como cada uma das partes do cérebro trabalham em conjunto”, reflete a pesquisa.

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Os autores apontam que uma das muitas limitações no desenvolvimento de terapias eficazes para distúrbios cerebrais humanos é que simplesmente não se tem conhecimento o suficiente sobre quais células e conexões estão sendo afetadas por uma doença específica e, portanto, não é possível identificar com precisão o que e onde se precisa atingir.

Mapa celular do cérebro: 3 espécies em consenso

Eles criaram uma taxonomia com base em uma classificação consensual, que você pode acessar aqui, das células cerebrais de acordo com transcriptomas de RNA (o que envolve células, núcleos celulares e epigenomas) e mapearam cada grupo celular em clusters, ou seja, conjuntos de células divididas de acordo com biomarcadores (específicos para humanos, saguis e ratos). Assim, eles dividiram tais conjuntos em neurônios GABAérgicos, glutamatérgicos e não-neuronais, para mostrar como cada assinatura celular se desempenha no cérebro. As similaridades entre os tipos celulares foi representada em forma de taxonomia por consenso, e com graus de confiabilidade. 

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De acordo com o artigo, o atlas estabelece uma base para estudos sobre a arquitetura e a função dos circuitos corticais semelhantes aos genomas de referência para estudar a função de cada gene conhecido e arquitetura responsável pela regulação do genoma. O mapa ainda contém os genes que contribuem para os fenótipos celulares e sua regulação epigenética. "Este trabalho fornece um roteiro para explorar a diversidade e organização celular entre as regiões do cérebro, sistemas de órgãos e espécies", conclui o estudo.

Sendo assim, de acordo com os pesquisadores, informações detalhadas sobre os tipos de células que constituem o cérebro e suas propriedades devem permitir o desenvolvimento de novas terapias para doenças neurológicas e neuropsiquiátricas. Você pode ler o estudo completo, publicado na revista Nature.

Fonte: Science Daily, News Medical, Science