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Nova variante britânica pode contaminar quem já se vacinou ou teve COVID

Por| 11 de Fevereiro de 2021 às 16h20

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fernando zhiminaicela/Pixabay
fernando zhiminaicela/Pixabay

Nesta quinta-feira (11), autoridades de saúde pública do Reino Unido alertaram para uma nova cepa do coronavírus SARS-CoV-2 descoberta recentemente, a variante de Bristol, conhecida como Kent. Segundo dados preliminares, o vírus com essas mutações poderia recontaminar pessoas que já tiveram COVID-19 ou ainda pessoas imunizadas contra a infecção. No entanto, mais pesquisas são necessárias e não se sabe se a doença seria assintomática ou leve nos imunizados, por exemplo.

De acordo com um conselheiro do grupo científico para emergências do país, ainda não se sabe se a variante de Bristol seria mais transmissível que a outra variante britânica já identificada. Para compreender melhor os riscos que as novas mutações — que podem ser tanto vantajosas quanto desvantajosas — acarretam para a cepa, pesquisadores devem acompanhar, em detalhes, casos de pacientes contaminados.

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Para romper o contágio da variante de Bristol, o ministro da Saúde do Reino Unido informou que o governo está buscando aprimorar o rastreamento de infectados pelo coronavírus. Dessa forma, a meta é aumentar a testagem para casos suspeitos e o monitoramento genômico dos casos.

Segundo o programa de vigilância genética do Reino Unido, a variante Kent pode se tornar a cepa do coronavírus dominante no mundo. Membro do programa governamental, a professora Sharon Peacock afirmou que a nova variante "varreu o país" e "vai varrer o mundo", durante uma entrevista para o podcast da BBC. Por semana, o grupo analisa mais de 20 mil testes positivos para a COVID-19 e estimativa é de que a luta contra o vírus dure até 10 anos.

Nova variante é imune às vacinas?

Segundo o serviço público de saúde britânico, os casos identificados em Bristol têm em comum a mesma mutação registrada nas variantes da África do Sul e no Brasil, ou seja, a mutação conhecida como E484K. De acordo com os estudos já desenvolvidos sobre essa alteração, ela facilitaria a entrada do agente infeccioso em uma célula saudável humana, já que modifica ("melhora") a proteína spike da membrana viral.

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Para entender se as vacinas continuarão eficazes contra as mutações do coronavírus, inúmeros cientistas trabalham tanto na verificação do que essas variantes podem significar quanto nos estudos sobre a eficácia dos imunizantes nessas variações do agente infeccioso. Até o momento, a maioria dos imunizantes manteve a proteção contra as cepas emergentes, mesmo que com uma menor taxa de eficácia.

Para casos extremos, em que, hipoteticamente, as vacinas percam sua capacidade de proteção contra o coronavírus, cientistas de diferentes laboratórios já trabalham na pesquisa de doses de reforço, ou seja, uma terceira dose da vacina que imuniza contra a nova mutação, de forma similar como acontece com a vacina da gripe, no Brasil. A Pfizer e a BioNTech já anunciaram, por exemplo, que seria possível adaptar as fórmulas contra as novas mutações, e de forma rápida.

Em outras palavras, as vacinas ainda têm efeito protetor contra a COVID-19 e a vacinação, em massa, deve reduzir o contágio e, consequentemente, diminuirá o aparecimento de novas variantes, como a de Bristol. Outras medidas que são fundamentais são: manter o distanciamento social; evitar ambientes sem circulação de ar; não aglomerar; adotar o uso de máscaras; e limpar as mãos com frequência com álcool em gel. Até o momento, estas são as principais formas de conter a transmissão do coronavírus.

Fonte: BBCCNN