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Reino Unido encontra mais uma mutação "preocupante" do coronavírus

Por| 03 de Fevereiro de 2021 às 14h00

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Fernando Zhiminaicela/Pixabay
Fernando Zhiminaicela/Pixabay

Desde o final do ano passado, a descoberta de novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 — como a do Reino Unido, a da África do Sul e a de Manaus — gerou inúmeras pesquisas e alertas sobre os possíveis impactos de mutações do vírus da COVID-19, mesmo que nem sempre preocupantes. Agora, as autoridades britânicas de saúde investigam uma nova mutação na variante do agente infeccioso recém-descoberta no país.

No momento, a agência federal Public Health England (PHE) investiga uma série de casos de coronavírus com essas novas alterações genéticas, consideradas "preocupantes". Segundo os testes preliminares, estas cepas carregam a mutação conhecida como E484K, a mesma que foi observada na variante da África do Sul, além das outras características da cepa britânica.

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Os cientistas descobriram, primeiro, um pequeno número de casos com a mutação E484K, também apelidada de Erick, no Reino Unido. Em número, essa mutação foi observada em 11 das 214.159 amostras testadas do coronavírus, encontradas principalmente no sudoeste da Inglaterra no mês passado. O montante total, com mais de 200 mil análises, era da variante britânica, a B.1.1.7.

No entanto, é importante lembrar que essas mutações não são inesperadas, já que todos os vírus sofrem mutações à medida que fazem novas cópias de si mesmos para se espalhar por novas células saudáveis, durante sua replicação.

Nova mutação da variante

Mesmo que os primeiros casos da cepa com a mutação sejam pouco expressivos, é provável que haja mais casos que ainda não foram encontrados. Na cidade de Liverpool, os pesquisadores também encontraram 32 casos do coronavírus que carregavam a mutação E484K. De acordo com os estudos já desenvolvidos sobre essa alteração, ela facilitaria a entrada do agente infeccioso em uma célula saudável humana, já que modifica ("melhora") a proteína spike da membrana viral.

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Para o Dr. Julian Tang, pesquisador da Universidade de Leicester, a descoberta da mutação é "um desenvolvimento preocupante, embora não totalmente inesperado". Segundo o pesquisador, esse fato apenas reforça a necessidade de que as pessoas devam manter todos os cuidados contra a transmissão da COVID-19. "Caso contrário, o vírus não só pode continuar a se espalhar, como também pode evoluir", aponta.

Agora, Tang defende que, se a propagação dessa variante com a nova mutação do coronavírus continuar, é possível que se forme um "caldeirão" para o aparecimento de outras variantes do agente infeccioso. Por outro lado, ao que tudo indica, as cepas estão sofrendo mutações de maneira semelhante, já que esta é similar a outra encontrada na África do Sul.

Vacinas ainda serão eficazes?

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Para entender se as vacinas continuarão eficazes contra as mutações do coronavírus, inúmeros cientistas trabalham tanto na verificação do que essas variantes podem significar quanto nos estudos sobre a eficácia dos imunizantes nessas variações do agente infeccioso. Até o momento, a maioria dos imunizantes manteve a proteção contra as cepas emergentes, mesmo que com uma menor taxa de eficácia.

Segundo a farmacêutica norte-americana Moderna, a sua fórmula ainda é eficaz contra variantes com a mutação E484K. O que varia é que a resposta imunológica do corpo não é tão potente contra as outras cepas do vírus da COVID-19 já descobertas. Para entender sobre essa mutação, a pesquisa envolveu apenas a variante da África do Sul.

Além disso, outras vacinas que podem ser aprovadas em breve — como a da Novavax e outra da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson — também devem oferecer uma boa proteção contra essas variantes, já que impedem casos graves da infecção, por exemplo. Para casos extremos, em que, hipoteticamente, as vacinas percam sua capacidade de proteção, os cientistas da Pfizer-BioNTech já anunciaram que seria possível adaptar as fórmulas contra as novas mutações, e de forma rápida.

Fonte: BBC