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Neurociência orienta que aulas comecem mais tarde, em prol da saúde dos jovens

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Janeiro de 2023 às 09h00

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YuriArcursPeopleimages/Envato
YuriArcursPeopleimages/Envato

Está muito claro para a ciência que o sono é importante para a saúde, considerando que maus hábitos podem até levar ao aumento de doenças crônicas. Com isso em mente, especialistas opinam que as escolas deveriam começar as aulas um pouco mais tarde, já que muitas iniciam as atividades às 7h, o que pode prejudicar os jovens.

A ideia, então, seria começar as aulas a partir das 08h30, como os EUA têm feito desde o último mês de julho, no estado da Califórnia: uma lei obriga que as escolas só deem início às atividades para os estudantes do Ensino Médio a partir desse horário. Para chegar a essa decisão, as autoridades locais levaram em conta evidências científicas de como as mudanças biológicas da puberdade afetam o sono e o desempenho escolar.

No último dia 5, inclusive, um estudo publicado no JAMA Network Open apontou que o público adolescente dormiu 75 minutos a mais durante o início da pandemia de covid-19, por conta da ascensão das aulas virtuais. Acontece que esse sono mais caprichado rendeu mais qualidade de vida, e o consumo de álcool e cafeína diminuiu nesse período.

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"Nossas descobertas indicam o benefício de começar a escola mais tarde pela manhã, para que os jovens possam dormir mais. O fechamento das escolas permitiu que os alunos alinhassem melhor seus horários de sono", apontou o estudo, na época.

Em entrevista ao jornal O Globo, o neurocientista Fernando Louzada apontou que os adolescentes precisam de mais sono do que os adultos, em média de nove horas, mas citou um fenômeno nessa idade chamado de atraso de fase do sono, uma tendência natural a atrasar os horários de dormir e acordar também. Logo, a maioria dos adolescentes dorme bem menos que isso durante os dias letivos.

O especialista alerta que, mesmo que o adolescente atrase um pouquinho o horário de dormir, não supera o ganho do horário de acordar, e o saldo é na maioria das vezes positivo. "Mas claro que essa medida não pode ocorrer de forma isolada, precisa vir junto com medidas de educação sobre o sono, como para as pessoas evitarem estímulos à noite. Mas sem o atraso dos horários escolares não é possível atingir essa meta, que é possibilitar aos alunos que durmam o que precisam", aponta.

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Louzada menciona uma série de medidas da chamada higiene do sono, que vão desde as condições do ambiente, como garantir que ele esteja o mais silencioso, escuro e confortável possível, até hábitos como atividade física regular, alimentação adequada, evitar estimulantes, como cafeína, nas horas que antecedem o sono e reduzir a estimulação luminosa de telas nesse período. Tudo isso pode ser colocado em prática em busca de um sono melhor.

Fonte: O Globo,  JAMA Network Open