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Não há evidência de que ivermectina funcione contra COVID-19, diz fabricante

Por| 05 de Fevereiro de 2021 às 16h00

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Christine Sandu/Unsplash
Christine Sandu/Unsplash

Desde que a COVID-19 tem assolado a população, muitos medicamentos foram cogitados para o tratamento. Um deles é Ivermectina  — remédio normalmente indicado para o combate de vermes e parasitas. Cerca de sete meses após a declaração da Anvisa sobre a utilização do remédio para combater a doença, a própria fabricante se posicionou, ressaltando a inexistência de evidências científicas.

Segundo a declaração da Merck, também conhecida como MSD, os cientistas da empresa continuam a examinar cuidadosamente as descobertas de todos os estudos disponíveis e emergentes de ivermectina para o tratamento de COVID-19 para evidências de eficácia e segurança.

Não há nenhuma base científica para um efeito terapêutico potencial contra COVID-19 de estudos pré-clínicos, nenhuma evidência significativa para atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes com COVID-19, e a preocupante falta de dados de segurança na maioria dos estudos. Não acreditamos que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora. Ivermectina é indicada para o tratamento da estrongiloidíase intestinal (isto é, não disseminada) devido ao parasita nematoide Strongyloides stercoralis e para o tratamento da oncocercose causada pelo parasita nematoide Onchocerca volvulus."
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Ivermectina é um medicamento aprovado para uso desde 1999 e, nos últimos anos, demonstrou ter atividade antiviral in vitro — apenas dentro do laboratório, em experimentos controlados — contra alguns tipos de vírus. Até o momento, existem mais de 25 estudos clínicos no mundo propostos para avaliar a eficácia da ivermectina para o tratamento da COVID-19.

Em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que "não existem estudos que refutem esse uso", referindo-se à administração do vermífugo no tratamento de pacientes com a COVID-19, que "as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento" e que o uso fora do previsto na bula "é de escolha e responsabilidade do médico". Em outras palavras, a agência apontou que a decisão de tomar o remédio deverá ser tomada entre médico e paciente.

Fonte: Merck