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Morre Paul Alexander, homem que viveu 70 anos com pulmão de ferro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Março de 2024 às 16h49

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CDC/Wikimedia Commons
CDC/Wikimedia Commons

Nesta segunda-feira (11), o estadunidense Paul Alexander morreu, aos 78 anos, em decorrência de uma infecção pelo vírus da covid-19. Paul era mundialmente conhecido por ser o homem que viveu por mais tempo com um pulmão de ferro, também chamado de pulmão de aço, segundo o Guinness World Records.

Mais recentemente, o paciente do pulmão de aço começou a compartilhar a sua rotina no TikTok, rede social em que acumulava 4,5 milhões de curtidas. Por lá, ele respondia a dúvidas dos seguidores e mostrava quais eram os seus desafios enquanto sobrevivente da poliomielite — ele contraiu pólio antes da vacina ser aplicada em larga escala, aos 6 anos, em 1952, e isso marcou a sua vida para sempre. 

Apesar das dificuldades, Alexander formou-se na escola e fez faculdade, onde se formou em direito. Atuou, por muitos anos, como advogado e teve o próprio escritório. Isso tudo apesar do pulmão de aço, equipamento que o acompanhou por mais de 70 anos. 

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A seguir, veja Paul Alexander contando a sua própria história, em vídeo com legendas:

Um caso de superação

Diante do caso de Alexander, era bastante plausível imaginar que sua morte, um dia, estaria relacionada com as sequelas da pólio e o pulmão de aço, mas não foi este o caso, como revela o jornal alemão SüddeutscheZeitung. O óbito foi provocado por complicações da covid-19.

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No Instagram, Christopher Ulmer, ativista pelo direito das pessoas com deficiência e fundador da organização sem fins lucrativos Special Books by Special Kids, comentou sobre o falecimento. "Paul foi um incrível exemplo [para toda a comunidade] que continuará a ser lembrado", escreve.

Na mesma postagem, o irmão do homem com pulmão de aço, Philip, comenta: “Estou muito grato a todos que doaram para a campanha de arrecadação de fundos do meu irmão. Isso permitiu que ele vivesse seus últimos anos sem estresse. Também pagará o seu funeral durante este momento difícil. É absolutamente incrível ler todos os comentários e saber que tantas pessoas foram inspiradas por Paul”.

Anteriormente, o responsável por cuidar do TikTok de Paul Alexander, Lincoln, tinha informado aos seguidores que ele testou positivo para a covid-19 e precisou ser hospitalizado. Por lá, a confirmação do óbito ainda não foi divulgada.

Como funciona o pulmão de ferro

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A poliomielite pode causar, entre outras coisas, a paralisia — por isso, a doença também recebe o nome de paralisia infantil. Em alguns pacientes, o quadro avança, provocando um tipo de insuficiência respiratória sem cura. Este foi o caso de Alexander e, para que sobrevivesse, os médicos optaram por dar a ele uma máquina que o ajudasse a respirar.

O pulmão de ferro consiste em uma câmara selada, na qual apenas a cabeça do paciente fica para fora. Há uma bomba que aumenta e diminui a pressão do ar em seu interior, permitindo a expansão e a contração dos pulmões. Assim, o paciente respira, mesmo quando os músculos falham.

Após muitas sessões de fisioterapia, Alexander aprendeu novas técnicas de respiração, o que o mantinha livre do equipamento do pulmão de aço durante o dia. No entanto, era sempre necessário voltar em algum momento, especialmente à noite. 

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Hoje, com a vacinação gratuita e em larga escala, casos de pólio como o do homem do pulmão de ferro, devem ficar apenas na história, mas a sua brilhante trajetória é um exemplo de superação a ser celebrado.

Fonte: Süddeutsche ZeitungGuinness World Records, SBSK (Instagram) e Paul "Polio Paul" Alexander (TikTok)