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A incrível trajetória de Paul Alexander, o homem do pulmão de aço

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Fevereiro de 2024 às 18h02

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CDC/Wikimedia Commons
CDC/Wikimedia Commons

Como é viver com um pulmão de aço? Essa pergunta era respondida cotidianamente pelo advogado Paul Alexander, dos EUA, através de sua conta do TikTok. O homem precisou ser submetido a esse procedimento aos seis anos de idade (em 1952), por conta da poliomielite, e conquistou os internautas do mundo inteiro ao com sua história de superação. A sua morte decorrente de uma infecção pelo vírus da covid-19 comoveu a todos.

As redes sociais possibilitam o acesso a realidades que são muito diferentes da nossa, e era o caso de Paul Alexander. Com suas publicações no TikTok, era possível ver detalhes de sua rotina e como ele fazia para lidar com determinadas situações corriqueiras (por exemplo: o que acontece com o aparelho quando cai a energia). Veja (em inglês):

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Através do TikTok, Alexander também respondia a questões dos internautas e conta detalhes sobre sua história de vida. O norte-americano já conta com mais de 110 mil seguidores.

Pulmão de aço

O pulmão de aço foi inventado por Philip Drinker, um engenheiro médico, em 1928. Apesar de claustrofóbica, a câmara metálica funciona com válvulas que aplicam pressão negativa — o que ajuda o paciente a inspirar bombeando ar para o exterior, permitindo assim que o tórax se expanda. À medida que o ar é bombeado de volta para a máquina, ele consegue expirar.

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O paciente só pode sair temporariamente dos limites da máquina por dois ou três minutos, e mesmo assim precisa colocar em prática uma técnica em que os músculos da garganta são utilizados para forçar o ar para os pulmões.

Paul Alexander foi um dos últimos a usar

O pulmão de aço foi um método muito usado na antiguidade (nos anos 1930, por exemplo, quando foi emblemático no tratamento da pólio), mas atualmente já caiu em desuso, porque os cientistas desenvolveram sistemas menos invasivos de ventilação. Por isso, Paul Alexander foi um últimos pacientes a depender desse tipo de maquinário.

O pulmão de aço, muito utilizado nos pacientes acometidos pelos antigos surtos de poliomielite, é uma câmara central cilíndrica em aço, selada por uma porta que permite o movimento apenas da cabeça e pescoço. É um ambiente apertado, em que o paciente permanece deitado, sem muito espaço para se mexer. Em seu funcionamento, as bombas que controlam a circulação de ar que periodicamente aumentam e diminuem a pressão do ar no interior da câmara.

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Mas a ventilação por pressão negativa (técnica da qual consiste o pulmão de aço) foi quase totalmente substituída por meios de ventilação de pressão positiva (ventilação não-invasiva), intubação ou ventilação bifásica, usadas hoje em hospitais, centros de terapia intensiva e home care.

Morte por covid-19

A jornada teve fim em 11 de março, quando Paul Alexander morreu de covid-19. No início do mês em questão, o responsável por cuidar de sua conta no TikTok anunciou para os seguidores que ele testou positivo para a infecção.

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Uma história de superação

Paul Alexander pode ser visto como um caso de superação, pois ultrapassou suas dificuldades ao se formar na faculdade de Direito e atuar como advogado mesmo com a utilização do pulmão de aço e ainda utilizou das redes sociais para mostrar sua realidade e inspirar as outras pessoas.

Conteúdo atualizado às 11:00 de 13/03/2024

Fonte: The Guardian