Moderna já começa a testar vacina de mRNA contra a gripe em humanos; confira
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Julho de 2021 às 16h25
No combate aos vírus respiratórios, a Moderna inicia um novo desafio: desenvolver uma vacina de mRNA (RNA mensageiro) contra a gripe (influenza). Atrás desse objetivo, a empresa de biotecnologia norte-americana iniciou, na quarta-feira (7), os testes em humanos do potencial imunizante tetravalente. Vale lembrar que os cientistas do laboratório já formularam uma das primeiras vacinas contra a COVID-19, baseada na mesma tecnologia.
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Para avaliar a segurança e a capacidade de gerar uma resposta imune da potencial vacina mRNA-1010 contra a gripe, o estudo de Fase 1/2 da Moderna é randomizado, estratificado, duplo-cego e envolve diferentes dosagens. Inicialmente, a fórmula deve ser testada em pessoas saudáveis com mais de 18 anos e o estudo envolverá até 180 voluntários.
É importante frisar que a gripe é um sério desafio para a saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de três a cinco milhões de casos graves de influenza acontecem todos os anos no mundo, causando entre 290 a 650 mil óbitos em decorrência da infecção viral.
No momento, a maioria das vacinas disponíveis têm uma eficácia de 40% a 60% contra a doença e precisam de reforços anuais, já que a proteção é limitada pelas novas mutações do vírus. Com a tecnologia de mRNA, a expectativa da Moderna é atingir níveis superiores de proteção. No caso da COVID-19, a empresa alcançou uma taxa de 90% de eficácia.
O que é uma vacina tetravalente?
Anualmente, as vacinas contra a gripe são reformuladas, ou seja, uma dose é necessariamente diferente da outra. Isso porque o vírus da gripe sofre mutações e a ideia é que o imunizante proteja contra as principais cepas em circulação naquele momento. Provavelmente, este cenário poderá se repetir com a COVID-19, mas ainda é cedo para afirmar.
Voltando para as vacinas da gripe, elas costumam ser tetravalentes, ou seja, protegem contra 4 possíveis cepas predominantes do vírus Influenza, sendo duas da linhagem A (H3N2 e H1N1) e outras duas da B (B Victoria e B Yamagata). Essa seleção é feita pela OMS e costuma valer para laboratórios do mundo todo, como o do Instituto Butantan e, agora, o da Moderna. No caso da vacina mRNA-1010, esta é a primeira candidata contra a influenza sazonal da empresa de biotecnologia.
“Estamos felizes por iniciar este estudo de Fase 1/2 da mRNA-1010, a nossa primeira candidata a vacina contra a gripe sazonal de RNA mensageiro a entrar na fase clínica”, afirmou Stephane Bancel, CEO da Moderna, em comunicado. "Esperamos avançar nosso principal foco que é o de vacinas profiláticas de mRNA para que possamos continuar a causar um impacto na saúde pública global”, completou.
Fonte: Moderna