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Menor que um anticorpo, peptídeos sintéticos podem combater a covid-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Outubro de 2021 às 09h50

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Fidel Forato/ Canaltech
Fidel Forato/ Canaltech

No Canadá, pesquisadores da Universidade de Toronto desenvolveram um novo composto químico que pode neutralizar o coronavírus SARS-CoV-2 e as possíveis variantes. Durante testes em laboratório, os cientistas provaram a eficácia do uso de peptídeos — substâncias menores que as proteínas, como os anticorpos — contra a covid-19, o que potencialmente poderia impedir que a infecção se instalasse no paciente.

Publicado na revista científica Journal of Medicinal Chemistry, o estudo demonstrou como este novo tipo de peptídeo, conhecido como peptídeo de imagem espelhada, pode neutralizar o vírus e, potencialmente, interromper a infecção de células humanas. “Você pode imaginá-los sendo formulados como um spray nasal para tomar profilaticamente e prevenir a ocorrência de infecções", explica Philip Kim, autor sênior do estudo e professor da Universidade de Toronto.

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Segundo os autores, os peptídeos desenvolvidos pela equipe de cientistas são adequados para o desenvolvimento de terapias antivirais de baixo custo, uma das medidas fundamentais quando se pensa no controle global da covid-19, onde muitos países, especialmente os de menor renda, ainda não têm acesso às vacinas. “Uma grande vantagem dos peptídeos de imagem espelhada é sua longa estabilidade e o fato de serem relativamente baratos de produzir”, destaca Kim.

Peptídeos, proteínas e coronavírus

Vale explicar que os peptídeos são semelhantes às proteínas, já que ambos são compostos por aminoácidos. No entanto, os peptídeos são menores que as moléculas de proteína. Dessa forma, podem ser projetados para se conectarem a qualquer alvo molecular e com uma especificidade ainda maior que a proporcionada pelas proteínas, o que reduz o risco de efeitos adversos indesejados.

Além disso, a função dos peptídeos dos pesquisadores é semelhante ao dos anticorpos naturais do corpo ou sintéticos, mas são pelo menos 100 vezes mais baratos de produzir por causa do tamanho reduzido. Em outras palavras, podem turbinar o sistema imunológico das pessoas, de forma barata.

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O principal desafio é que, no organismo humano, os peptídeos são rapidamente degradados pelas enzimas. No entanto, a equipe de cientistas desenvolveu uma solução: os peptídeos de imagem espelhada, mais resistentes a essa degradação.

Através de uma ferramenta computacional que projeta os novos peptídeos, eles possuem uma geometria inversa daquela que o corpo espera neutralizar. Com essa inversão na estrutura, eles se tornam resistentes às enzimas da corrente sanguínea que quebrariam os peptídeos normais. Agora, é necessário validar as descobertas em estudos mais amplos contra o coronavírus, como testes pré-clínicos e clínicos.

Para acessar o estudo completo, publicado na revista científica Journal of Medicinal Chemistry, clique aqui.

Fonte: Universidade de Toronto