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Saco de lixo "made in Brazil" é capaz de eliminar o coronavírus

Por| 24 de Agosto de 2020 às 20h45

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Anja/Pixabay
Anja/Pixabay

Na pandemia da COVID-19, pesquisadores seguem investigando formas de inativar o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e reduzir a taxa de contágio. Agora, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou a eficácia de um saco de lixo, de produção nacional, em eliminar o agente infeccioso. Essa tecnologia plástica inédita deve chegar ao mercado nas próximas semanas.

Nos testes de eficácia desenvolvidos pelo Instituto de Biologia da Unicamp, o saco de lixo, desenvolvido pela Embalixo, conseguiu inativar 99,9% dos vírus que estiverem em contato. Segundo o laudo, três amostras diferentes de lixo, contaminadas com o novo coronavírus, foram colocadas no saco, por diferentes tempos de exposição.

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A inativação das amostras, que continham o vírus da COVID-19, ocorreu em intervalos que vão de uma até 72 horas. Além do coronavírus, os experimentos foram feitos com sucesso utilizando outros vírus, como o H1N1, causador da gripe, e o adenovírus, que provoca resfriados e outros problemas respiratórios. Esses sacos também eliminam algumas bactérias que provocam mau cheiro.

Como funciona?

Na produção do saco de lixo, um tipo de agente antisséptico é adicionado ao material plástico do produto. Por sua vez, esse composto reage nas membranas do saco de lixo com o material potencialmente contaminado pelo coronavírus. A partir do contato com os agentes infecciosos, o material "quebra" proteínas e gorduras dos vírus, impedindo a infecção de células humanas.

"É um projeto muito interessante. A tecnologia é brasileira e foi incrível observar a capacidade antiviral que o produto tem. O maior benefício disso é para nós, usuários, que podemos levar o saco de um lugar para outro sem risco. O vírus foi totalmente inativado e a contaminação entre a embalagem e o usuário é eliminada. Outra contribuição é que o produto usado para remover o vírus fica no plástico de maneira permanente", explica a virologista e professora titular do Instituto de Biologia de Unicamp, Clarice Weis Arns, para o G1.

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A inovação é importante, porque há possibilidade de se contrair a COVID-19 a partir do contato com fezes de pacientes contaminados com o coronavírus, por exemplo. Até mesmo o odor dessas fezes pode ser capaz de transmitir a infecção, quando inalado, conforme foi demonstrado por experimentos em laboratório de pesquisadores chineses.

Segundo a própria companhia, os sacos devem ser disponibilizados nos “tamanhos” 15 litros, 30 litros, 50 litros e 100 litros. Até o momento, os valores não foram informados. Depois que os sacos entrarem no mercado, a Unicamp e a empresa preparam uma nova rodada de testes em outros produtos contra COVID-19, desenvolvidos a partir do mesmo processo, como aventais para profissionais de saúde.

Fonte: Exame e G1