Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Martha Lillard, a última pessoa a viver com um pulmão de ferro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Março de 2024 às 19h21

Link copiado!

Jim Gathany/CDC
Jim Gathany/CDC

A última pessoa a viver com um pulmão de aço, também conhecido como pulmão de ferro, é a norte-americana Martha Lillard, de 75 anos. Ela usa o equipamento para respirar há quase 70 anos, desde de que teve poliomielite na infância.

Até a semana passada, Lillard compartilhava a experiência de viver com um pulmão de aço com outro conterrâneo, Paul Alexander. No entanto, ele morreu na segunda-feira (11), aos 78 anos, em decorrência da covid-19.

Continua após a publicidade

A vida de Martha Lillard

Martha Lillard teve uma infância tranquila no estado de Oklahoma, nos EUA, até que um surto de poliomielite, doença também conhecida como pólio ou paralisia infantil, atingiu a sua cidade.

Em junho de 1953, poucos dias após completar 5 anos, ela acordou com uma estranha dor de garganta. Os sintomas foram progredindo e, no hospital, descobriu ter sido infectada pelo vírus da pólio, o poliovírus. Este pode causar insuficiência respiratória severa, como ocorreu com Lillard.

Para sobreviver, ela precisava respirar, mas os músculos intercostais e o diafragma não funcionavam mais de forma adequada. Então, os médicos recorreram à única solução possível na época: um pulmão de aço (ou um pulmão de ferro).

Continua após a publicidade

É uma máquina com mais de 2 m de comprimento, na qual os pacientes permanecem deitados. Apenas a cabeça e o pescoço ficam de fora. O resto do corpo é mantido hermeticamente selado. Com o vácuo criado, “bombas” externas controlam a pressão interna, funcionando como um diafragma artificial. Quando a pressão está positiva, os pulmões se enchem de ar. Quando está negativa, eles esvaziam.

Vacina da poliomielite

Hoje, o uso de pulmões de aço não é mais uma prática comum para a medicina. Na verdade, nem mesmo a pólio é uma doença vista de forma recorrente nos consultórios médicos na maioria dos países.

Continua após a publicidade

Desde que as vacinas contra a poliomielite se popularizaram no mundo, por volta do ano 1955, os casos começaram a cair. Por exemplo, no Brasil, a doença foi oficialmente erradicada em 1989.

“Se minha mãe tivesse tido a oportunidade de me dar a vacina, ela teria feito isso”, afirma Lillard para o canal NBC News. Neste caso, ela nunca teria desenvolvido os problemas respiratórios e nem precisaria do pulmão de ferro.

Como é ter um pulmão de aço?

No entanto, Martha Lillard vive de forma bem adaptada ao seu pulmão de aço. Para o seu quadro de saúde, ela classifica como “maravilhosa” a experiência de respirar com a ajuda do equipamento. “Quando fui colocada nisso pela primeira vez, foi um grande alívio. Faz toda a diferença quando você não está respirando”, lembra.

Continua após a publicidade

Hoje, ela não precisa mais passar o dia todo no equipamento, já que pode realizar inúmeras atividades sem o apoio do pulmão de ferro. Além de cantar e tocar piano, Lillard é apaixonada por cachorros da raça Beagle. Inclusive, manteve por algum tempo um canal no YouTube com covers de músicas:

Fonte: NBC News e NPR