Longas horas de estresse no trabalho aumentam o risco de depressão
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 21 de Outubro de 2022 às 17h30
De acordo com um artigo científico publicado na revista New England Journal of Medicine, quanto mais horas alguém trabalha por semana em um trabalho estressante, mais aumenta o risco de depressão. Anteriormente, outro estudo chegou a revelar que o trabalho duro e estressante "polui" o cérebro com toxinas.
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Conforme destaca o estudo, profissionais que trabalham 90 ou mais horas por semana apresentam três vezes mais sintomas de depressão do que os profissionais que trabalham de 40 a 45 horas por semana.
Além disso, uma porcentagem maior daqueles que trabalham um grande número de horas tiveram sintomas notáveis o suficiente para se qualificar para um diagnóstico de depressão moderada a grave, em comparação com aqueles que trabalham menos horas.
Para chegar a essa informação, a equipe de cientistas analisou dados de mais de 17 mil médicos recém-formados que estavam em treinamento em centenas de hospitais nos Estados Unidos. O estudo vem para lidar com as altas taxas de depressão entre médicos e outros profissionais de saúde.
Segundo os próprios autores, suas descobertas apontam para uma clara necessidade de reduzir o número de horas de trabalho semanais, o que faria diferença no grau que os sintomas depressivos aumentam ao longo do tempo e ainda reduziria o número de pessoas que desenvolvem depressão.
Os pesquisadores sugerem que estudos paralelos a este trabalho com médicos devem ser realizados em outros empregos que envolvam um alto número de estresse e longa jornada de trabalho. “Suspeitamos que o efeito negativo das longas horas de trabalho na saúde mental do médico esteja presente em outras profissões”, dizem os autores no estudo.
Fonte: NEJM via News Medical