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Trabalho duro e estressante "polui" o cérebro com toxinas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Elisa Ventur/Unsplash
Elisa Ventur/Unsplash

Um estudo publicado na plataforma National Library of Medicine revelou o que acontece com o cérebro após um longo dia no trabalho. Para isso, o grupo de pesquisadores mensurou a atividade cerebral em diferentes momentos do dia, chegando à descoberta de que tarefas que exigem concentração intensa e constante podem levar ao acúmulo de um produto químico potencialmente tóxico chamado glutamato.

O glutamato normalmente envia sinais de células nervosas, mas em grandes quantidades, pode alterar o desempenho de uma região do cérebro envolvida no planejamento e nas decisões, chamada córtex pré-frontal lateral. Trata-se de mais uma evidência científica que sugere que a fadiga mental tem efeitos reais.

A ideia do novo estudo era investigar se funções cognitivas como foco, memória e resolução de problemas podem causar fadiga do córtex pré-frontal lateral e como isso influencia as decisões que tomamos quando realizamos as importantes tarefas do cotidiano.

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Conforme relembra o estudo, as células nervosas quebram os nutrientes para liberar energia, mas esse processo acumula moléculas de subprodutos conhecidos como metabólitos. Dito isso, o glutamato é um tipo de metabólito, e o cérebro precisa limpar esse resíduo químico tóxico durante o sono.

Para testar sua hipótese, os autores dividiram seus 40 participantes em dois grupos. Os dois grupos precisaram fazer tarefas em um escritório durante seis horas e meia. No entanto, apenas um deles teve que realizar tarefas difíceis, que exigiam memória e atenção constante.

Os cientistas então usaram espectroscopia de ressonância magnética para escanear os cérebros dos participantes e medir os níveis de metabólitos no início, meio e fim do dia. Com base nisso, os autores identificaram um aumento da concentração de glutamato, mas apenas no grupo que precisou fazer as tarefas mais complicadas.

Após as tarefas cognitivas, os dois grupos tiveram testes envolvendo decisões. O grupo de alta demanda, que tinha um nível elevado de metabólitos no lPFC, fez escolhas consideradas pelos cientistas como "ações de baixo esforço com recompensas de curto prazo", o que acende o alerta para a tomada de decisões após um dia cansativo no trabalho.

Fonte: National Library of Medicine via The Conversation

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