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LDL: remédio injetável controla o colesterol ruim no sangue

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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FabrikaPhoto/Envato Elements
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Para o controle da lipoproteína de baixa densidade (LDL), também conhecida como colesterol ruim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo remédio injetável de longa duração. Desenvolvido pela farmacêutica suíça Novartis, o medicamento recebe o nome de inclisirana (Leqvio).

Como o remédio injetável reduz o LDL no sangue, a expectativa é que o uso do medicamento, quando prescrito por um médico, traga benefícios para indivíduos que têm elevado risco cardiovascular. Em outras palavras, pessoas que já sofreram um ataque cardíaco (infarto) ou um derrame (AVC isquêmico), e apresentam níveis elevados do colesterol ruim. Em termos mais técnicos, o uso é indicado para adultos com hipercolesterolemia primária e dislipidemia mista.

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Recém-aprovada no Brasil, o medicamento injetável inclisirana é autorizado para uso em outros países e regiões, como Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. Entre os britânicos, a medicação pode ser usada desde o final de 2021.

Quem deve usar remédio injetável contra LDL?

Segundo dados brasileiros, obtidos através do Sistema único de Saúde (SUS), a maioria das pessoas que sofreu um infarto mantém o colesterol ruim elevado — quando o valor é maior que 50 mg/dL. Para ser preciso, o descontrole é identificado em mais de 92% dos sobreviventes, conforme revela estudo publicado na revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

“Pacientes que já sofreram com ataque cardíaco ou derrame precisam não só reduzir o LDL, mas controlá-lo, isto é, mantê-lo abaixo de 50 mg/dL”, orienta Raul Santos, cardiologista e professor associado da Faculdade de Medicina da USP, em nota.

“Manter o colesterol ruim LDL controlado é essencial para que um paciente não volte a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, acrescenta o cardiologista Santos.

Inclisirana é nova alternativa terapêutica

Para este grupo de pacientes, “a inclisirana surge como um tratamento inovador, que oferece conveniência e praticidade ao paciente, ao mesmo tempo em que promove uma redução eficaz e sustentada do colesterol ruim”, explica Priscila Raupp, gerente médica sênior de cardiologia da Novartis no Brasil. “Desta forma, o paciente pode retomar sua rotina após um episódio de infarto ou AVC”, complementa.

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Vale detalhar que, no caso específico da inclisirana, a fórmula contém um pequeno RNA de interferência (RNAi) que limita a produção da proteína hepática PCSK9, auxiliando na redução dos níveis de colesterol ruim do sangue.

Quantas doses do medicamento para LDL são necessárias?

Na etapa de pesquisa clínica, com humanos, a equipe de pesquisadores descobriu que a aplicação de duas injeções do remédio por ano são suficientes para reduzir, em média, 52% dos níveis de colesterol ruim em pacientes que já tomavam a dosagem máxima de estatina tolerada — este é o remédio clássico para reduzir o LDL em indivíduos de risco.

Dá para reduzir o colesterol ruim naturalmente?

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Sem histórico prévio com doenças do coração, “ao levar um estilo de vida saudável, você pode ajudar a manter seu colesterol em uma faixa saudável e diminuir o risco de doenças cardíacas e derrames”, explica o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos EUA, em artigo. No caso de pacientes já diagnosticados com essas complicações, a mudança nos hábitos é fundamental.

A seguir, confira algumas estratégias que o CDC recomenda para reduzir naturalmente o LDL no sangue:

  • Ingerir menos alimentos ricos em gordura saturada, como manteiga, carnes gordurosas (bacon e embutidos) e doces lácteos;
  • Adicionar na dieta alimentos sem gordura trans, com pouco sódio (sal) e menos açúcares, como carnes magras e grãos integrais;
  • Ingestão de comidas naturalmente ricas em fibras, como aveia e feijão;
  • Manter o peso saudável, evitando a obesidade;
  • Controle do tabagismo (parar de fumar);
  • Limitar o consumo de álcool (bebidas alcoólicas ao máximo);
  • Praticar pelo menos 150 minutos semanais de atividade física, como orienta também a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Segundo o médico Santos, para indivíduos que já tiveram um infarto ou um derrame, essas alterações podem não ser suficientes para o controle do colesterol ruim. Nesses casos, a mudança de estilo de vida deve ser somada ao uso de remédios.

“Para diminuir o risco de um novo infarto ou um novo AVC, esses pacientes precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista”, completa Santos.

Fonte: Com informações: CDC e Arquivos Brasileiros de Cardiologia