Lavar maçãs não é suficiente para remover agrotóxicos, diz estudo
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |

Na China, pesquisadores da Universidade Wuyi descobriram que apenas lavar uma maçã não é o suficiente para remover todos os agrotóxicos (pesticidas) usados no cultivo e “impregnados” na casca. Então, o ideal é descascá-la, segundo estudo publicado na revista Nano Letters.
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"O risco de ingestão de pesticidas de frutas não pode ser evitado por simples lavagem, exceto descascamento", afirmam os autores, após testes com maçãs.
Com o dado de que apenas lavar não é o suficiente, é preciso pensar em novas estratégias de limpeza. Ainda não se sabe os efeitos dessas pequenas doses de agrotóxicos que resistem na casca para o organismo humano — este desdobramento não foi investigado durante a pesquisa.
Nível de agrotóxico em frutas
A descoberta sobre a permanência de agrotóxicos nas maçãs vem com a validação de uma nova ferramenta de análise de baixos níveis de químicos, demonstrada no estudo. É o método analítico conhecido como espalhamento Raman aprimorado por superfície (SERS).
Através do SERS, os pesquisadores utilizam nanopartículas metálicas para amplificar os sinais criados por moléculas quando elas são expostas a um feixe de laser Raman.
Em seguida, os padrões criados pela luz servem como assinaturas moleculares e podem ser usados para identificar pequenas quantidades de compostos específicos, como a presença de agrotóxicos em maçãs. Entretanto, quando a casca é removida, o nível de contaminação diminui.
Além dos testes com maçãs (uma fruta altamente popular), experimentos foram feitos com pepinos, pimenta, camarões e arroz, durante o processo de comprovação da técnica de análise.
Como os agrotóxicos são usados para garantir a produção de vegetais e frutas em larga escala — retirar esses produtos químicos de todas as plantações é inviável hoje —, é preciso repensar tanto em novos métodos de higienização (como algo feito antes da fruta chegar ao consumidor) quanto em produtos menos nocivos à saúde humana.
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Fonte: Nano Letters, ACS