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K9 | Quais os riscos da maconha sintética, causadora do "efeito zumbi"?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Março de 2023 às 16h53

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Wirestockc/Envato
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Embora não tenha cannabis na composição, a maconha sintética tem se popularizado em algumas regiões do Brasil, como ocorre na cidade de São Paulo. A droga também pode ser chamada de spice, K2, K4 ou ainda K9. Em comum, os usuários costumam relatar o “efeito zumbi” e uma vasta gama de complicações neurológicas, além da agressividade.

No caso específico de São Paulo, os primeiros relatos da maconha sintética são ainda de antes da pandemia da covid-19, mas, nos últimos meses, os casos de internações se intensificaram. A partir dos dados da Secretaria Municipal de Saúde, o UOL apurou que, durante todo o ano de 2022, foram 73 possíveis internações relacionadas com a K9. Do início deste ano até o dia 15 de março, foram registrados 102 atendimentos do tipo. Parte significativa dos usuários têm entre 12 e 17 anos.

Uma das razões por trás do crescimento do uso está o preço: a maconha sintética é tão barata quanto o crack. Com menos de 10 reais, é possível comprar a K9. Segundo a International Police Association (IPA) Brasil, o produto pode ser encontrado por até cinco reais.

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Nos Estados Unidos, os primeiros registros da maconha sintética são de 2008 e, desde então, autoridades acompanham casos e estudam as consequências da droga, taxada como altamente viciante. Até onde se sabe, as primeiras notificações envolvendo a substância foram confirmadas na Europa, por volta do ano de 2005.

Por que maconha sintética?

Na verdade, a K9 não leva em sua composição a cannabis, ou maconha, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. O nome é uma referência ao fato do composto ilícito atuar nos mesmos receptores das células cerebrais que o tetrahidrocanabinol (THC), o principal ingrediente ativo da erva. No entanto, o sintético é muito mais poderoso.

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“Os canabinoides sintéticos [THC] podem afetar o cérebro de maneiras diferentes e imprevisíveis em comparação com a maconha [natural]”, reforça o CDC.

O que tem na droga K9?

É preciso pontuar que a composição da maconha sintética varia de acordo com a produção do traficante responsável. Por exemplo, no caso da cannabis natural, é esperado que ela tenha pelo menos fragmentos da planta original, mas, na K9, os componentes podem ser um mistério. A única pseudo-certeza é de que deve conter moléculas sintéticas de THC associadas com outros químicos.

“Não há padrões para fabricar, embalar ou vender produtos químicos canabinoides sintéticos. Isso significa que duas embalagens de um produto de [uma mesma] ‘marca’ podem conter produtos químicos completamente diferentes”, explica o CDC. Além disso, outras drogas e produtos tóxicos podem estar misturados.

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Isso é possível porque todos os produtos químicos da fórmula são misturados com um solvente, formando um líquido. Posteriormente, a solução será borrifada em uma base, como temperos (spice), ervas diversas, cigarros, papéis coloridos ou ainda folha sulfite. Assim, o tipo de uso depende do formato (apresentação da substância), podendo ser fumada ou colocada embaixo da língua.

Quais são os sintomas do uso da maconha sintética?

Segundo o CDC, a droga K9 pode gerar uma variedade de sintomas entre os usuários, desencadeando problemas neurológicos e psiquiátricos. Dependendo da pessoa, os efeitos podem ser opostos, como agitação ou extrema sonolência (“efeito zumbi”). Eventualmente, também pode levar o usuário a óbito, já que altera a frequência cardíaca.

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A seguir, confira os principais sinais e sintomas associados ao uso da maconha sintética:

  • Confusão mental;
  • Agitação e agressividade;
  • Sonolência;
  • Tontura;
  • Náuseas e vômitos;
  • Convulsões;
  • Alucinações, delírios e psicose;
  • Problemas respiratórios;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Comportamento violento;
  • Pensamentos suicidas;
  • Aceleração do ritmo respiratório;
  • Dor no peito;
  • Acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame;
  • Rabdomiólise (destruição das fibras musculares);
  • Insuficiência renal.

Vale pontuar que quem usa maconha sintética pode desenvolver dependência física e psicológica em relação ao composto. Embora o uso da droga seja observado há mais de 15 anos, ainda são desconhecidos os efeitos a longo prazo do uso de THC sintético presente nessas composições.

Cabe ressaltar que a maconha sinético não é um problema isolado no Brasil. Para além da K9, as autoridades brasileiras aprenderam, pela primeira vez, fentanil que seria usado na produção de drogas. O composto foi encontrado em uma cidade do Espírito Santo em fevereiro deste ano. Esse opioide com potentes efeitos analgésicos é uma das principais causas de overdose nos EUA.

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Fonte: IPADEA, Uol e CDC