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Já viu a superfície de um morango no microscópio? Prepare seu estômago

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Abril de 2023 às 16h52

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begemot_dn/envato
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Se você vai comer um morango, garanta que ele foi devidamente higienizado antes do consumo. O conselho pode parecer brincadeira, mas não é. Vídeos da superfície da infrutescência feitos a partir de um microscópio de luz apontam para a presença de microorganismos vivos, como ácaros. Análises mais detalhadas apontam até para a possível existência de bactérias que provocam diarreia.

O pequeno “ecossistema”, incluindo pequenos insetos que vivem na superfície do morango, têm viralizado nas redes sociais mundo afora. No Twitter, um vídeo com legendas em árabe já foi visto 2,7 milhões de vezes. Mesmo que a sua origem seja desconhecida, outros trabalhos já revelaram as criaturas que vivem nele, como o trabalho do canal de YouTube Super Up Close — que encontrou uma formiga minúscula no alimento.

A seguir, encontre a pequena formiga-faraó (Monomorium pharaonis) na superfície do morango:

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O que existe na superfície do morango?

No vídeo tuitado e compartilhado centenas de vezes, é possível ver um tipo de ácaro minúsculo que vive nos morangos e que “bota” seus ovos nas nervuras das folhas. Muito provavelmente, trata-se do ácaro-rajado (Tetranychus urticae). Segundo levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a espécie pode ser encontrada nas plantações brasileiras de morango.

No entanto, o ácaro rajado não é o único que pode atacar os morangos. Afinal, outras espécies, como Tetranychus desertorum e Tetranychus ludeni, também podem ser identificadas. Inclusive, mais tipos de insetos minúsculos podem viver nas plantações e, eventualmente, ser capturados por análises com microscópios — ou pelos olhos humanos mesmo, dependendo da espécie. É o caso do besouro broca-dos-frutos (Lobiopa insularis), que invade e bota seus ovos no interior do morango.

Organismos ainda menores podem viver nos morangos

Em análises mais detalhadas, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) realizaram uma série de estudos observando o que era encontrado na superfície dos morangos. Duas pesquisas recolheram amostras em Goiânia e foram publicadas na revista brasileira de análises clínicas (RBAC), em 2021.

No primeiro estudo, a equipe da universidade levou para o laboratório morangos recolhidos em feiras e supermercados. Das 51 amostras analisadas, 78,4% (40) testaram positivo para a presença de enteroparasitas, ou seja, parasitas que podem habitar o sistema gastrointestinal, como cistos de protozoários e ovos de nematódeos. Para citar algumas espécies, foram encontradas amebas, como Entamoeba coli e Entamoeba histolytica, e lombrigas (Ascaris lumbricoides).

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Outro grupo de pesquisadores da mesma universidade de Goiás foi investigar as bactérias presentes na superfície do morango e, novamente, as descobertas surpreendem. Esta pesquisa detectou a presença da bactéria Escherichia coli, conhecida por provocar quadros de diarreia, em 5,9% das 51 amostras analisadas.

Não se esqueça: lave bem os morangos antes de comer

“Durante seu manuseio, do plantio à colheita, seu acondicionamento, transporte e distribuição em diferentes pontos de venda, até chegar aos consumidores, o morango pode ser exposto a vários tipos de contaminação, seja por vírus, bactérias, fungos e/ou parasitas”, pontuam os pesquisadores da PUC Goiás.

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“Assim, o consumo de morangos frescos pode representar uma fonte de microrganismos patogênicos, e quando esse alimento não é adequadamente higienizado pode ocasionar DTAs [doenças transmitidas por alimentos]”, completam os cientistas.

Fonte: Com informações: Embrapa e RBAC (1) e (2)