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Gripe também pode deixar sequelas duradouras, assim como covid longa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Setembro de 2021 às 08h30

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wayhomestudio/Freepik
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Com o surgimento do coronavírus SARS-CoV-2, pesquisadores e médicos começaram a identificar que alguns indivíduos não eram mais transmissíveis, mas permaneciam com algumas sequelas da infecção. Ainda em estudo, o quadro foi definido como covid longa ou pós-covid. Agora, uma nova pesquisa observou que situação também pode ocorrer com quem teve gripe. Só que a frequência é bem menor.

Publicado na revista científica PLOS Medicine, a pesquisa da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisou registros de saúde de milhões de pessoas nos Estados Unidos, incluindo aqueles que tiveram o diagnóstico positivo para covid-19 ou para gripe. No total, foram avaliados 81 milhões de pacientes, incluindo 273.618 sobreviventes da infecção por coronavírus.

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Observação importante: foram incluídas pessoas que, provavelmente, estavam bastante doentes no estudo. Dessa forma, as taxas descobertas podem não ser igualmente significantes para toda a população, segundo os autores.

Prevalência da covid longa no estudo

As sequelas da doença foram registradas se aparecessem em até seis meses. Para a covid-19, 57% dos pacientes tiveram uma ou mais características da covid longa em um intervalo de até seis meses, e 36,55% pacientes relataram o quadro entre 3 a 6 meses da "cura". "Isso foi significativamente maior do que [o medido] após a gripe", apontam os autores.

Além disso, 2 a cada 5 voluntários — que apresentaram sintomas da covid longa no período de 3 a 6 meses — não tinham registro de qualquer característica nos 3 meses anteriores. Em outras palavras, os sintomas não foram uma continuidade da infecção, ou seja, a pessoa pode não ter tido falta de ar com a covid-19, mas desenvolveu após a "recuperação". A idade média dos participantes era de 46 anos.

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Sintomas da covid longa

Durante o estudo britânico, os pesquisadores calcularam 9 principais características da covid longa. Foram elas:

  • Dificuldades respiratórias e/ou falta de ar: 18,71% no período de 1 a 180 dias e 7,94% no período de 90 a 180 dias;
  • Fadiga e mal-estar: 12,82% e 5,87%;
  • Dor no peito ou na garganta: 12,60% e 5,71%;
  • Cefaleia (dor de cabeça): 8,67% e 4,63%;
  • Outras dores: 11,60% e 7,19%;
  • Dores abdominais: 15,58% e 8,29%;
  • Mialgia (dores musculares): 3,24% e 1,54%;
  • Sintomas cognitivos: 7,88% e 3,95%;
  • Ansiedade e/ou depressão: 22,82%; 15,49%.
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Vale observar que "todas as 9 características foram relatadas com mais frequência após a covid-19 do que após a gripe", explicam os autores.

Novos estudos sobre a sequela das infecções

A partir dos resultados, os pesquisadores sugerem que os dois vírus podem causar problemas de longo prazo e que demoram para ser resolvidos, mesmo que as intensidades sejam significativamente diferentes.

Para o pesquisador e um dos autores do artigo, Paul Harrison, muitas pessoas já imaginaram que se recuperariam de forma mais rápida de uma gripe, mas isso levou muito mais tempo do que o planejado. Este seria um indicativo de que a infecção deixasse algum tipo de sequela. Até então, o fato era desconhecido.

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Além disso, Harrison sugere que a taxa muito mais alta da covid longa pode ter sido influenciada pelo fato de que as pessoas têm maior probabilidade de procurar atendimento para sintomas desta doença do que para a gripe.

Independente disso, o consenso dos autores é que, provavelmente, os sintomas persistentes são, de fato, mais comuns para covid. Agora, novos estudos devem ser iniciados para acompanhar por quanto mais tempo esses sintomas e sequelas podem prevalecer.

Para acessar o estudo completo, clique aqui.

Fonte: BBC