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Gripe aviária: alta de casos em humanos pode ter relação com novas mutações

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Outubro de 2021 às 19h30

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tawatchai07/Freepik
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Desde o início deste ano, a China relatou 21 casos em humanos do subtipo H5N6 da gripe aviária. Em comparação, foram apenas 5 casos registrados durante o ano de 2020. Este aumento acendeu um alerta nos cientistas para a possibilidade de a cepa ser mais infecciosa do que as versões anteriores deste vírus.

De acordo com os relatos da gripe aviária em humanos no país, a maioria dos infectados tinha contato direto com frangos e, até o momento, nenhum caso de transmissão do vírus entre humanos foi identificado. Uma parcela significativa dos doentes teve infecções graves e foram registrados 6 óbitos.

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"O aumento de casos humanos na China este ano é preocupante. É um vírus de alta mortalidade", explicou Thijs Kuiken, professor de patologia comparativa do Erasmus University Medical Center, da Holanda, para a agência de notícias Reuters.

De acordo com o relatório de 2020, divulgado na revista científica Emerging Infectious Diseases (EID), as infecções humanas pelo subtipo H5N6 da gripe aviária têm uma taxa de mortalidade de 67%. No entanto, o levantamento não considera possíveis mutações e nem o potencial impacto da cepa em circulação neste ano.

Histórico da gripe aviária H5N6 e novas mutações

No mundo, o subtipo H5N6 da gripe aviária foi descoberto pela primeira vez em aves no ano de 2013, em Laos — um país do Sudeste Asiático e que faz fronteira com a China, a Tailândia e o Vietnã. "O vírus H5N6, do subclado 2.3.4.4a, foi detectado pela primeira vez em aves domésticas no Laos em 2013, depois se espalhou para o Vietnã e a China, e causou vários casos nessas áreas", detalha o relatório da EID.

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Desde 2014, um total de 49 casos confirmados de humanos infectados pelo subtipo H5N6 foram notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a Atualização Semanal da Influenza Aviária da OMS. O documento foi divulgado na última sexta-feira (22).

"Até o momento, um total de 49 casos confirmados em laboratório de infecção humana pelo vírus influenza A (H5N6), incluindo 25 mortes, foi notificado à OMS na região do Pacífico Ocidental desde 2014. O último caso foi notificado na China em 28 de setembro de 2021, com uma data de início de 14 de agosto de 2021", afirma a última atualização da OMS sobre a doença.

No entanto, "as evidências epidemiológicas e virológicas atualmente disponíveis sugerem que os vírus da gripe A (H5N6) não adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto, a probabilidade de propagação entre humanos é baixa", explicou um porta-voz da OMS. Por outro lado, foi destacada a importância de maior vigilância epidemiológica para buscar entender os motivos que levaram o recente aumento de casos. 

Entre as hipóteses, pode ser que o subtipo H5N6 atualmente em circulação seja uma nova variante que infecta humanos mais facilmente do que as versões anteriores do vírus, ponderou Kuiken. Outra explicação pode ter relação com a falta de fiscalização dos protocolos sanitários na criação das aves. 

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Para acessar o relatório sobre o subtipo, publicado na revista científica Emerging Infectious Diseases (EID), clique aqui. Para conferir a última atualização da OMS sobre a doença, acesse aqui
 
 

Fonte: LiveScience