Gama-plus: cientistas brasileiros identificam nova variante do coronavírus
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 12 de Agosto de 2021 às 18h51
Variantes do coronavírus vêm preocupando especialistas em todo o mundo. E nesta quinta-feira (12), cientistas brasileiros encontraram uma nova versão da variante Gama, identificada no último mês de janeiro em Manaus (AM). Essa nova versão foi batizada de Gama-plus.
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O trabalho responsável por descrever essa nova versão da variante Gama foi conduzido pelo projeto Genov, da rede de laboratórios Dasa. Para isso, os cientistas analisaram 1.380 amostras de pessoas com COVID-19 no Brasil, e 11 delas tinham uma mutação chamada P681H.
Em um comunicado, José Eduardo Levi, coordenador do Genov e virologista da Dasa, explica que essa mutação de prolina para histidina já havia sido vista em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação (VOCs, na sigla em inglês), mas não era muito comum na Gama. "No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras”, afirma.
Onde encontraram a Gama-plus?
Os cientistas encontraram a variante Gama-plus em amostras de Goiás (5), Tocantins (2), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1) e Paraná (1). O ocorrido destaca a relevância do monitoramento genômico do coronavírus a fim de identificar tanto as variantes importadas quanto as que são predominantes no país.
A Gama-plus é mais perigosa?
Aparentemente, sim, a Gama-plus é uma versão "turbinada" da variante Gama, ou seja, mais agressiva. "São chamadas gama-plus apenas aquelas que têm algo a mais no sentido de aumentar o seu perigo", esclarece Levi.
"Atenção: não foi porque um vírus saiu de um país para o outro, nem os dois se encontraram nas ruas e fizeram uma troca de informações genéticas, tornando-se recombinantes. A pressão de evolução é um funil idêntico para todo e qualquer Sars-CoV-2: ele precisa ser transmitido e precisa escapar da resposta imunológica humana, seja ela natural, seja pela vacina", aponta o virologista.
No entanto, na visão do coordenador geral da Rede Fiocruz de Vigilância Genômica no Ceará, Fábio Miyajima, não procede o termo "Gama-plus" para se referir a uma das mutações do coronavírus, e não há, inicialmente, motivos para alarde sobre tal mutação. Segundo ele, as amostras de sublinhagens da variante Gama (P.1) estão sendo monitoradas, mas ainda não há indícios científicos de que elas causam quadros mais graves de COVID-19.
Fonte: UOL, Correio do Povo, G1