Fiocruz diminui pela metade estimativa de produção nacional da vacina; entenda
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Junho de 2021 às 15h37
A partir da transferência de tecnologia para a produção da vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deve ganhar autonomia e ampliar entregas do imunizante contra a COVID-19. No entanto, a quantidade prevista para este ano foi reduzida pela metade em comparação ao que era esperado inicialmente. Das 110 milhões de doses da fórmula contra o coronavírus SARS-CoV-2 anunciadas, apenas 50 milhões devem ser entregues em 2021.
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"A nossa meta é ir ao máximo. Os 110 milhões foram uma estimativa com os dados que tínhamos antes mesmo de a vacina ter sido aprovada, de várias etapas terem acontecido, dos problemas iniciais com o IFA", explicou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, durante coletiva de imprensa para anunciar a chegada dos bancos de células e de vírus.
Diante desse desafio de produção da vacina Oxford/AstraZeneca contra a COVID-19, a intenção da Fiocruz é suprir a diferença com a importação de mais IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) da China. A questão ainda está em negociação, mas, caso seja acordada, poderão ser entregues, no segundo semestre, as 100 milhões de doses anunciadas.
Além disso, Trindade confirmou o risco de haver a suspensão temporária da produção de novas vacinas entre agosto ou setembro. Isso poderia acontecer entre o fim da produção de doses com o insumo importado e o início das entregas com o IFA nacional para o Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.
Vale lembrar que, nesta semana, a Fiocruz ultrapassou o Instituto Butantan e se tornou a maior fornecedora de imunizantes contra o coronavírus para o Brasil. No total, já foram entregues 47,6 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, enquanto o Butantan enviou 47,2 milhões da CoronaVac.
Fonte: Folha de S. Paulo