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Fiocruz dá início a estudos com o uso da vacina BCG contra COVID-19

Por| 17 de Novembro de 2020 às 14h00

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fernando zhiminaicela/Pixabay
fernando zhiminaicela/Pixabay

A corrida em busca da produção de uma vacina eficaz e segura contra a COVID-19 segue a todo vapor. Na última segunda-feira (16), a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), deu início a testes do Brace Trial Brasil (BTB), um estudo com o uso da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin). Basicamente, a ideia é reduzir o impacto da doença em profissionais de saúde. Ao todo, serão vacinados 10 mil profissionais de saúde. Destes, mil são do Rio de Janeiro e dois mil do Mato Grosso do Sul.

O projeto é liderado pelo pesquisador australiano Nigel Curtis, do Murdoch Children’s Research Institute, e financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates (Gates Foundation). De acordo com a coordenadora do estudo no Brasil, Margareth Dalcolmo, os participantes terão amostras de sangue colhidas para estudos de marcadores imunológicos e serão acompanhados durante um ano.

Em entrevista à Agência Brasil, Dalcolmo explicou que os voluntários serão vistos e examinados após três meses, aos seis, aos nove e aos 12 meses, e que em todas essas consultas, será colhido sangue para determinação de marcadores imunológicos. Além do mais, o grupo de voluntários será avaliado interinamente aos seis meses após a vacinação e ao final de um ano, como em qualquer estudo de Fase III de vacina, para coleta de resultados.

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O recrutamento dos voluntários será realizado pelo Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) e pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh). O interessado em ser voluntário pode se inscrever na página da Fiocruz. Segundo a pneumologista, o estudo já conta com 500 inscritos no Rio de Janeiro. Enquanto na segunda (16), os testes começaram a ser feitos nas instalações da Fiocruz, em Curicica, e na próxima quarta-feira (18) têm início no Campus de Manguinhos.

Os estudos já partem da Fase III, uma vez que os realizados anteriormente mostraram uma proteção para outras viroses respiratórias de grupos de população estudados. A estimativa é que a BCG possa ser usada por ter reação imunológica, como se treinasse o organismo para se defender contra outros patógenos, especialmente os virais.

O primeiro acompanhamento dos voluntários será diário nos próximos 14 dias. “As pessoas que tiverem sido vacinadas agora serão estudadas. Elas já colheram sangue hoje (16), no momento zero da vacinação. Serão acompanhadas diariamente nos primeiros 14 dias. Todos os voluntários recebem telefonemas e vídeo chamadas do estudo. Com as outras vacinas também é assim”, acrescentou a pesquisadora.

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Margareth ainda incentivou a participação dos profissionais da saúde nos estudos. “O Brasil foi o último país a entrar e temos reuniões semanais com todos os responsáveis dos outros países. Já há 3.700 pessoas dos 10 mil já incluídos. Essas pessoas estão em observação, ainda. Não há nenhum resultado, nem interino. O estudo começou antes de nós, mas em nenhum deles deu tempo ainda de fazer análise interina, que será feita aos seis meses”, disse.

O que é vacina BCG

O imunizante é composto pelo bacilo de Calmette-Guérin (BCG), que é obtido a partir do enfraquecimento (atenuação) de uma das bactérias responsáveis por causar a tuberculose e, quando o organismo entra em contato com a fórmula, ele deve produzir anticorpos contra o agente infeccioso, dentro de uma imunização ativa. O procedimento é feito para prevenir casos de tuberculose, mais especificamente suas formas mais graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar.

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A vacina BCG está disponível, de forma gratuita, no Sistema Único de Saúde (SUS) e é também obrigatória para recém-nascidos desde 1976 no Brasil, devendo ser aplicada até os quatro anos. Por enquanto, não há evidências conclusivas de que a vacina BCG proteja contra a COVID-19, apenas estudos em andamento.

Fonte: Agência Brasil