Finlândia desenvolve vacina nasal contra COVID-19
Por Nathan Vieira • Editado por Jones Oliveira |
Em meio às vacinas contra a COVID-19, um laboratório da Finlândia chamado Rokote, assim como o a USP e a UFMG, aqui no Brasil, está desenvolvendo um imunizante em forma de spray nasal.
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Desenvolvida na University of Eastern Finland pelo grupo de pesquisa do professor da academia Seppo Ylä-Herttuala, a tecnologia utilizada nesse spray nasal se chama transferência horizontal de genes, e já esteve presente em vários ensaios clínicos para tratar doenças cardiovasculares e câncer. A vacina, propriamente dita, é baseada em pesquisas da University of Helsinki (UHEL) e University of Eastern Finland (UEF).
O spray usa um portador seguro de adenovírus com um DNA clonado, que faz com que as células produzam a proteína do vírus, gerando uma resposta vacinal. De acordo com resultados preliminares, a vacina funcionou bem em estudos com animais e deve entrar em testes clínicos em humanos dentro de alguns meses.
A ideia é que, ao ser administrado pela via nasal, o imunizante possa potencialmente produzir uma resposta imune mais ampla. Segundo o professor Ylä-Herttuala, as vacinas injetadas por via intramuscular produzem anticorpos na corrente sanguínea, mas as vacinas nasais também produzem uma resposta que protege as membranas mucosas. “Presumimos que isso também pode impedir que aqueles que receberam a vacina transmitam o vírus", afirmou, em entrevista ao site Pharmaceutical Technology.
A Rokote Laboratories pretende realizar os primeiros ensaios clínicos de vacinas na Finlândia. A tecnologia comercial necessária para fabricar a vacina já está disponível.
Em novembro, uma equipe internacional de cientistas anunciou um teste feito com furões, envolvendo um spray nasal. Além disso, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também apostam em uma vacina aplicada através de um spray nasal, contando com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Nesse último caso, espera-se que o corpo produza determinados anticorpos contra o coronavírus que estarão presentes na saliva, na lágrima, no colostro e em superfícies do trato respiratório, intestino e útero.
Fonte: Pharmaceutical Technology