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Spray nasal tem potencial de nos proteger contra COVID-19; entenda

Por| 10 de Novembro de 2020 às 15h44

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 Steve Tsang /Unsplash
Steve Tsang /Unsplash

A relação entre a COVID-19 e os animais continua sendo um verdadeiro enigma sendo desvendado aos poucos pelos profissionais da medicina. No entanto, na última quinta-feira (5), uma equipe internacional de cientistas anunciou um teste feito com furões, envolvendo um spray nasal. Acontece que o spray protegeu completamente os furões da doença em questão.

Se o spray, que os cientistas descreveram como não tóxico e estável, funcionar em humanos, poderá fornecer uma nova forma de combater a pandemia. Uma borrifada diária no nariz funcionaria como uma vacina, mas ainda há muito a ser explorado e confirmado. O trabalho está em andamento há meses por cientistas do Columbia University Medical Center em Nova York, Erasmus Medical Center na Holanda e Cornell University, também em Nova York. O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e pelo Columbia University Medical Center.

A equipe precisaria de financiamento adicional para realizar testes clínicos em humanos. A Dra. Anne Moscona, pediatra e microbiologista da Columbia e coautora do estudo, disse ao The New York Times que eles solicitaram uma patente do produto e aguarda por uma resposta de grandes empresas farmacêuticas que estão buscando novas formas de combater a COVID-19.

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Como esse spray funciona?

O spray ataca o vírus diretamente. Ele contém um lipopeptídeo, uma partícula de colesterol ligada a uma cadeia de aminoácidos. Esse lipopeptídeo em particular corresponde exatamente a um trecho de aminoácidos na proteína spike do vírus, que o patógeno usa para se ligar à mucosa das vias aéreas humanas ou a uma célula pulmonar. “É como se você fechasse um zíper, mas colocasse outro zíper dentro, para que os dois lados não se encontrem”, explicou Matteo Porotto, microbiologista da Universidade de Columbia e um dos autores do artigo.

No estudo, o spray foi aplicado em seis furões, que foram divididos em pares e colocados em três gaiolas. Em cada gaiola também foram dois furões que receberam um spray de placebo e um furão que havia sido deliberadamente infectado com SARS-CoV-2 um ou dois dias antes. Os furões são usados ​​por cientistas que estudam a gripe, a SARS e outras doenças respiratórias porque podem pegar vírus pelo nariz da mesma forma que os humanos, embora também se infectem pelo contato com fezes ou por arranhões e mordidas. Depois de 24 horas juntos, nenhum dos furões que receberam o medicamento contraiu a doença. “A replicação do vírus foi completamente bloqueada”, escreveram os autores.

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O spray protetor se fixa às células do nariz e dos pulmões e dura cerca de 24 horas, segundo Anne Moscona. "Se funcionar bem em humanos, você pode dormir em uma cama com alguém infectado ou estar com seus filhos infectados e ainda estar seguro", disse ela.

Dr. Moscona e Dr. Porotto têm colaborado em peptídeos semelhantes por 15 anos, e desenvolveram alguns contra o sarampo, Nipah, parainfluenza e outros vírus. Mas esses produtos despertaram pouco interesse comercial, uma vez que já existe uma vacina eficaz contra o sarampo.

Fonte: The New York Times