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Fim da guerra? China zera casos locais de coronavírus nesta quinta (19)

Por| 19 de Março de 2020 às 18h36

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País considerado o primeiro epicentro da COVID-19, a China não registrou, hoje (19), novas infecções locais pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Em outras palavras, para os habitantes do país, os casos foram controlados, o que é um importante sinal de esperança nesses tempos sombrios. É também um marco para a nação, que é alvo de xenofobia e enfrenta inúmeras críticas pelo modo como lidou com os primeiros casos da infecção.

Inclusive, uma das maiores críticas internacionais veio após o silenciamento do primeiro médico, em dezembro do ano passado, que alertou sobre os riscos antes que a situação ficasse fora de controle. Esse comportamento, segundo críticos, permitiu que o vírus se espalhasse pela cidade de Wuhan, no centro da China, e forçou o governo a impor restrições drásticas a viagens, além de quarentena para centenas de milhões de pessoas.

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"É como se a guerra tivesse terminado", afirma Stefan Kirkeby, um americano que esteve "preso" obrigatoriamente na China pelo fechamento das fronteiras frente ao surto de COVID-19. "Ainda não podemos deixar Hubei, mas a liberdade local das pessoas foi restaurada", comenta.

Atualmente, o novo epicentro da COVID-19 é a Europa, ao lado do Irã, o terceiro país em números gerais de casos de infecções pelo novo coronavírus.

COVID-19 em números

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o novo coronavírus já matou 3.238 pessoas na China até agora, o que representa cerca de um terço do número global de vítimas — outro terço das mortes se concentra na Itália, que registra 3.130 óbitos. Ainda ontem (18), oito pessoas morreram, todas em Hubei, província cuja capital é Wuhan. Em Hubei, mais de 50 milhões de pessoas foram submetidas a uma rígida quarentena desde o final de janeiro, e a taxa de mortalidade de casos da província, de 4,6%, foi várias vezes maior que a do restante do país.

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Mesmo com os bons resultados, a China não está fora de perigo. Isso porque ainda há infecções na região, ou seja, não é zero o número de novos casos. Autoridades de saúde locais afirmaram que, só hoje (19), 34 novos casos foram confirmados, só que entre viajantes — não habitantes da região —, apontando o quão difícil será para a China (ou qualquer país) livrar-se da COVID-19 completamente.

Na nação asiática, muitas províncias e cidades se fecharam para viajantes de outros lugares e assim a pandemia foi controlada. Agora, o medo é que o vírus ressurja assim que essas barreiras forem liberadas e as pessoas voltem a cruzar o país novamente.

Segunda onda? 

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"Está muito claro que as ações adotadas na China quase acabaram com sua primeira onda de infecções", afirma Ben Cowling, chefe da divisão de epidemiologia e bioestatística da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong. "A questão é o que acontecerá se houver uma segunda onda, porque o tipo de medidas que a China implementou não é necessariamente sustentável a longo prazo", alerta o pesquisador.

Por isso mesmo, máscaras faciais, medidas de distanciamento social, lavagem frequente das mãos e verificações de temperatura nas entradas de edifícios e restaurantes se tornaram o novo padrão. Assim, nas últimas semanas, as autoridades de todo o país permitiram que partes da economia voltassem à rotina.

Em cidades como Pequim e Xangai, restaurantes e lojas reabrem. Empresas e fábricas também são instruídas a reabrirem gradualmente. A maioria das escolas permanece fechada, e os alunos continuam a aprender pela educação remota, onde participam, inclusive, de cerimônias virtuais diárias para hastearem a bandeira — marca cultural do império. Todas as atividades cerimoniais das escolas permanecem vivas, através de um link para transmissão ao vivo.

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Em Wuhan, os centros de quarentena que foram criados para manter pacientes infectados com sintomas leves foram fechados. Até mesmo as áreas rurais da China baixaram a guarda. Em pelo menos uma vila na província de Shaanxi, no centro da China, barreiras improvisadas foram desmontadas, segundo relatos de moradores locais.

Fonte: The New York Times