Fabricante de Ozempic vira 2ª maior empresa da Europa e muda economia
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
Durante os últimos meses, viralizaram relatos de clientes que não encontravam remédios para o diabetes, como o Ozempic, nas farmácias, devido à procura associada com tratamentos para a perda de peso. Eis que a alta procura e os efeitos benéficos das fórmulas se traduziram em ganhos diretos para a farmacêutica responsável, a Novo Nordisk. Hoje, é a segunda maior empresa da Europa e os seus negócios têm modificado a economia da Dinamarca.
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Vale lembrar que, além do Ozempic destinado especificamente para o controle do diabetes, a Novo Nordisk é responsável pelo desenvolvimento e fabricação do Wegovy — este é, de fato, indicado para o tratamento da obesidade, mas ainda não chegou ao Brasil. Ambos têm o mesmo princípio-ativo, a semaglutida. Além disso, recentemente, foram divulgados os efeitos do Wegovy na redução do risco de complicações cardiovasculares.
"Estamos muito satisfeitos com o crescimento das vendas no primeiro semestre de 2023”, afirma Lars Fruergaard Jørgensen, presidente e CEO da Novo Nordisk, em nota. “O crescimento é impulsionado pelo aumento da demanda por nossos tratamentos para diabetes e obesidade à base de GLP-1 [um tipo de peptídeo presente nas fórmulas do Ozempic e do Wegovy]”, acrescenta.
Quanto vale a farmacêutica do Ozempic?
Segundo os resultados financeiros do último trimestre, a alta das receitas da Novo Nordisk deve chegar a até 33% neste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, as receitas aumentaram 32%. Considerando o Wegovy, as vendas aumentaram em mais de 500%, com receitas calculadas em US$ 1,1 bilhão (em 5,4 bilhões de reais).
O valor de mercado da farmacêutica aumentou em um terço este ano, chegando a US$ 419 bilhões (2 trilhões de reais), segundo o Wall Street Journal. O valor é quase 10 vezes o custo da segunda maior empresa da Dinamarca, a DSV, especialista em logística. Na Europa, a Novo Nordisk se torna a segunda empresa mais valiosa, atrás apenas do conglomerado de luxo, a LVMH.
Impacto do lucro da Novo Nordisk na Dinamarca
Por causa das vendas de Ozempic e Wegovy e do fluxo de dólares envolvido, a coroa dinamarquesa passou por uma valorização em relação ao euro, segundo Jens Naervig Pedersen, diretor do Danske Bank.
Em termos práticos, isso fez com que o banco central dinamarquês baixasse as taxas de juros no país, em oposição ao que foi feito pelo Banco Central Europeu. Como efeito cascata, os juros mais baixos aumentam as taxas de investimento e melhoram a geração de novos empregos, modificando positivamente toda a Dinamarca.
Fonte: WSJ e Novo Nordisk