Exposição prolongada a barulho de carros e trens aumenta risco de demência
Por Renato Santino • Editado por Luciana Zaramela |
Uma pesquisa realizada na Dinamarca durante por um período de mais de uma década observou que pessoas que estão mais expostas a barulho de trânsito e de trens têm mais risco de desenvolver demência.
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A pesquisa, publicada no BMJ, acompanhou 2 milhões de adultos durante 13 anos (2004 a 2017) e observou que áreas barulhentas têm ligação com aumento de chances de desenvolver doenças neurológicas, em especial o Alzheimer.
Após fazer um mapeamento da exposição ao barulho do trânsito e dos trens, os pesquisadores atribuíram 1.216 dos 8.475 casos de demência registrados no país em 2017 ao som de transporte. Mais especificamente, 963 foram vinculados ao ruído ferroviário e 253 ao rodoviário.
O estudo traz mais uma luz à perspectiva de que elementos externos podem causar danos neurológicos de longo prazo, além dos fatores de risco já conhecidos, como estilos de vida pouco saudáveis. Outros estudos já haviam estabelecido vínculos entre a poluição do ar com casos de demência.
Esse entendimento será importante para os próximos anos. A expectativa é de que mais de 130 milhões de pessoas no mundo vivam com demência a partir de 2050, então entender as causas pode ajudar a minimizar esse problema no futuro.
Os pesquisadores sugerem que a redução do barulho pode amenizar essa situação. “Expandir nosso conhecimento dos efeitos danosos do barulho sobre a saúde é essencial para ajustar prioridades e implementar políticas efetivas e estratégias de saúde pública focada na prevenção e controle de doenças, incluindo a demência”, dizem os autores.
O estudo pode ser conferido na íntegra por este link.
Fonte: The Guardian