Casos de câncer de pulmão em quem nunca fumou estão aumentando
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •

Enquanto os fumantes ou ex-fumantes respondem pela maioria dos cânceres de pulmão, os que nunca fumaram são responsáveis por 10% a 25% dos casos em todo o mundo. Mas essa proporção está crescendo à medida que o hábito de fumar diminui, e um recente estudo identificou assinaturas genéticas únicas de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram.
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Para o novo artigo, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer e outros colaboradores realizaram o sequenciamento de genes inteiros em tumores de 232 pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram e cuja exposição a fatores de risco era desconhecida. Com isso, eles identificaram três subtipos genéticos: leve, moderado e grave.
O subtipo leve conta com poucas mutações e é menos agressivo, responsável por cerca de metade dos tumores estudados, num desenvolvimento mais lento do que os outros subtipos. O tumor moderado representa um terço dos tumores e teve períodos de latência de cerca de três meses e meio. Já os tumores graves eram os mais agressivos e mais semelhantes ao câncer de pulmão entre os fumantes, dominados por mutações de duplicação de genes inteiros, que criam múltiplas cópias instáveis de um gene. Esses tumores tiveram períodos de latência mediana de apenas um mês e representaram um quinto da amostragem estudada.
A equipe descobriu que os sinais genéticos apontam para um papel das células-tronco no subtipo leve. As mutações que existem nesses tumores costumam estar relacionadas a genes que regulam as células-tronco. Nesse caso, os tratamentos agressivos estabelecidos não funcionarão com células-tronco no subtipo mais leve.
Os pesquisadores têm mais experimentos pela frente para confirmar a relação com as células-tronco e outros fatores potenciais causadores do câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram. O objetivo da equipe é realizar o sequenciamento de genes inteiros em 2.000 amostras de pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram. O estudo pode ser acessado aqui.
Fonte: Stat News