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Expectativa de vida volta a subir pela 1ª vez em alguns países pós-covid

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Twenty20photos/Envato Elements
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Após a queda mundial da expectativa de vida provocada pela covid-19 em 2020, dados de 29 países indicam que, pela primeira vez, algumas nações registram novamente índices de crescimento positivo. No momento, apenas a Noruega superou a expectativa de vida que tinha, na pré-pandemia, em 2021. Outras nações caminham para este cenário — com crescimentos que já são positivos —, como a Finlândia, a Dinamarca e a Suécia.

A resposta para a melhora nos indicadores da expectativa de vida é múltipla, mas, em partes, está relacionada com a distribuição de vacinas contra a covid-19, conforme apontam os autores do estudo em artigo publicado na revista científica Nature Human Behavior. Entre os cientistas, estão pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Anteriormente, outro estudo concluiu que, apenas em 2021, 19,8 milhões de mortes foram evitadas pelo uso de imunizantes do coronavírus SARS-CoV-2 em todo o mundo. Muito provavelmente, estas vidas poupadas contribuíram com a retomada da expectativa de vida.

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Apesar da melhora da expectativa de vida em alguns países, especialmente na Europa Ocidental — o estudo não considerou o Brasil —, algumas nações estão com índices iguais ou piores daqueles registrados antes da pandemia. Este é o caso dos Estados Unidos.

Entenda o estudo sobre a expectativa de vida pós-covid

"A pandemia da covid-19 levou a aumentos globais na mortalidade e declínios na expectativa de vida sem precedentes nos últimos 70 anos. A escala dessas perdas ficou clara no final de 2020", afirmam os autores do estudo. Agora, os dados de 2021 indicam que, em alguns países, a pandemia induziu um choque de mortalidade prolongado, já que, até o momento, se mantêm em níveis anteriores ao da pandemia.

"Comparamos o declínio recente da expectativa de vida com crises históricas, que levaram a mortes significativas. Perdas no grau que vimos durante a pandemia não foram registradas desde a Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, ou desde a dissolução da União Soviética na Europa Oriental", afirmam pesquisadores da Universidade de Oxford, em artigo para o site The Conversation. Eles também estão envolvidos com o estudo sobre as mudanças na expectativa de vida com o coronavírus.

"Enquanto isso, as epidemias anteriores de gripe eram seguidas por uma recuperação bastante rápida dos níveis de expectativa de vida. O impacto da covid, até agora, tem sido maior e mais persistente, desmentindo a alegação comum de que é 'exatamente como a gripe'", apontam os cientistas britânicos.

Caso da expectativa de vida nos EUA

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Apesar de ser um dos primeiros países do mundo a distribuir as vacinas contra a covid-19, a adesão aos imunizantes nunca foi homogênea nos EUA. Em 2020, os cientistas identificaram a perda de mais de 2 anos da expectativa de vida entre os norte-americanos. Hoje, os dados de 2021 indicam mais uma perda adicional de quase 3 meses.

No entanto, é preciso destacar que "a expectativa de vida nos EUA está atrasada em relação aos países europeus há muitos anos, portanto, parte dessa desvantagem norte-americana pode refletir vulnerabilidades de saúde subjacentes que foram exacerbadas pela pandemia da covid", explicam os pesquisadores britânicos.

O caso norte-americano não deve ser 100% justificado com a covid-19, embora o país seja o que mais registrou mortes no mundo pela doença — desde o começo da pandemia foram mais de 1,06 milhão de óbitos. Isso porque o índice de mortes por overdoses está em crescimento no país, marcado pela crise de opioides.

Fonte: Nature Human Behavior The Conversation