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Algumas pessoas podem morrer de insônia e a culpa é da genética

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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amenic181/Envato
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Já pensou em morrer por não conseguir dormir? Bem, não é exatamente isso que ocorre com os indivíduos que têm insônia familiar fatal, doença degenerativa provocada por uma mutação genética, mas a insônia é um dos principais sintomas.

As pessoas que sofrem com a insônia fatal costumam dormir apenas por curtos períodos. O descanso entra com muita dificuldade na fase do sono profundo (N-REM 3) e, quando chega ao sono profundo avançado (REM), é por um breve período. 

O ponto é que esta doença extremamente rara não é classificada como um distúrbio do sono. Na verdade, é uma doença nervosa degenerativa associada à presença de príons — um tipo de proteína nociva à saúde e infecciosa — no cérebro.

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Qual é a mutação genética?

A insônia familiar fatal é normalmente causada por uma variante anormal no gene da proteína relacionada ao príon (PRNP), por causa de uma mutação genética indesejada, como explica o Centro de Informação sobre Genética e Doenças Raras (Gard), nos Estados Unidos.

Nos indivíduos com esta mutação, as proteínas produzidas não têm o formato “normal” e aparentam estar dobradas, o que é tóxico para o organismo. No caso desses príons, eles se acumulam em uma parte do cérebro conhecida como tálamo, a que é responsável por controlar o ciclo sono-vigília.

Conforme os príons se acumulam, as células nervosas (neurônios) começam a morrer, o que provoca os sintomas característicos da condição. Até o momento, a ciência ainda não descobriu uma cura.

Sintomas da insônia fatal

A maioria dos pacientes com a insônia fatal vai ter, por muitos anos, uma vida normal, sem sintomas. Só que, quando os primeiros indicadores da condição aparecem, a doença tende a progredir de forma rápida. Em média, os indivíduos descobrem o quadro por volta dos 50 anos.

Segundo a Cleveland Clinic, os principais sintomas deste tipo de insônia são:

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  • Dificuldade para dormir (insônia) que tende a piorar com o tempo (progressiva);
  • Contrações e espasmos musculares involuntários (mioclonia);
  • Dificuldade em controlar o corpo;
  • Quadro de hiperatividade do sistema nervoso, o que envolve pressão alta, aceleração da frequência cardíaca e ansiedade;
  • Perda de memória;
  • Alucinações.

Antes que alguém chegue a cogitar conhecer outra pessoa com esta condição, é preciso reforçar que é mesmo muito rara. Segundo a Sleep Foundation, cerca de 70 famílias foram diagnosticadas com esta doença hereditária no mundo todo. Além de testes genéticos, o diagnóstico também envolve avaliação do sono, exames de imagem e exame clínico.

Fonte: Gard, Cleveland Clinic e Sleep Foundation