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Excesso de vitamina B3 aumenta risco de doenças cardíacas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Fevereiro de 2024 às 18h23

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S_kawee/Envato
S_kawee/Envato

A vitamina B3, também conhecida como niacina ou ácido nicotínico, auxilia na conversão de alimentos em energia para a célula e ajuda na reparação do DNA. No entanto, o excesso desse micronutriente pode causar alguns efeitos indesejados, como o aumento no risco de doenças cardíacas.

É o que aponta estudo preliminar desenvolvido por cientistas da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, a partir de dados de voluntários norte-americanos e europeus. A pesquisa completa sobre o excesso de B3 no sangue foi publicada na revista Nature Medicine.

Alguns alimentos podem ser enriquecidos com a niacina, como farinhas, já que a sua deficiência provoca uma doença conhecida como pelagra — cujos sintomas são dermatite, diarreia e até demência, em sua forma mais grave. A vitamina também é encontrada em ovos, leite, frango, cereais integrais, carnes magras, legumes, frutas e verduras. O consumo desses itens continua a ser seguro para a saúde. Já a suplementação deve ser feita apenas com orientação.

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Risco do excesso de vitamina B3

Quando há excesso de vitamina B3 no organismo, o excedente da vitamina é transformado em outros metabólitos, como o N-metil-4-piridona-5-carboxamida (4PY). Este é, aparentemente, o responsável por aumentar o risco das doenças cardíacas nos pacientes. 

Segundo os pesquisadores, os níveis mais elevados de 4PY foram associados ao risco aumentado para diferentes condições, como ataque cardíaco (infarto) e Acidente Vascular Cerebral, também conhecido como derrame.

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Em experimentos pré-clínicos, sem o envolvimento de voluntários humanos, os autores descobriram que o excesso de 4PY provoca inflamação vascular, o que danifica os vasos sanguíneos e pode levar à aterosclerose (endurecimento das artérias) ao longo do tempo. Agora, a descoberta deve ser confirmada em estudos clínicos.

É preciso parar de consumir alimentos com a vitamina?

“A principal conclusão [do estudo] não é que devemos cortar toda a nossa ingestão de niacina. Essa não é uma abordagem realista”, afirma Stanley Hazen, principal autor da pesquisa, em nota.

Por outro lado, os achados reforçam a necessidade de novas pesquisas para entender os riscos associados com a fortificação excessiva de farinhas e cereais com a vitamina, algo que ocorre nos EUA.

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Tratamento para o colesterol?

Além disso, a descoberta ajuda a explicar o porquê da vitamina B3 não ser mais indicada para a redução do LDL, conhecido como colesterol “ruim”. Hoje, outros medicamentos realizam essa mesma função, com menos efeitos negativos.

“Apesar da redução do colesterol por niacina, os benefícios clínicos sempre foram menores do que o previsto com base no grau de redução do LDL. Isto levou à ideia de que o excesso de niacina causava efeitos adversos pouco claros que neutralizavam parcialmente os benefícios da redução do LDL”, pontua o cientista Hazen. Os novos achados ajudam a montar este quebra-cabeça.

Fonte: Nature Medicine e Cleveland Clinic