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Exame de sangue pode diagnosticar a doença de Parkinson

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 seventyfourimages/Envato
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As doenças neurodegenerativas são um grande desafio para a medicina, já que, na maioria dos casos, o diagnóstico só é feito quando o quadro está bastante avançado. Buscando novas formas de identificação precoce, pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, desenvolvem um teste de sangue capaz de detectar a doença de Parkinson.

Vale lembrar que o Parkinson afeta 10 milhões de pessoas em todo o mundo, e é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois do Alzheimer. Hoje, não há nenhum teste para identificar a doença disponível no mercado. Dessa forma, o diagnóstico é feito através da análise clínica do médico e dos sintomas relatados, como tremores, lentidão e perda da coordenação motora.

Exame de sangue que diagnostica o Parkinson

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O primeiro exame de sangue para a identificação do Parkinson ainda está em fase de desenvolvimento e, antes de chegar ao mercado, precisa ser testado em populações maiores, mas os resultados iniciais são bastante positivos, como detalham os pesquisadores no estudo publicado na revista científica Science Translational Medicine.

Para identificar casos de Parkinson através do sangue, os pesquisadores se concentraram nas alterações do DNA mitocondrial, ou seja, o material genético presente nas mitocôndrias — estas são organelas responsáveis por produzir a energia das células. Anteriormente, outros estudos já relacionaram danos a esse DNA com um risco aumentado para a doença.

Através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) aplicada nas amostras de sangue, os pesquisadores conseguem medir o nível de danos ao DNA mitocondrial e, com isso, estimar se determinado paciente está com Parkinson ou não.

A ideia é que este exame seja uma forma de diagnosticar a doença antes que os danos no sistema nervoso se agravem, quando os tratamentos disponíveis deixam de ser eficazes.

“Nossa esperança é que este exame possa não apenas diagnosticar a doença de Parkinson, mas também ajudar a identificar medicamentos que revertam ou interrompam os danos ao DNA mitocondrial e o processo que leva a essa doença”, explica Laurie Sanders, professor da universidade norte-americana e autora sênior do estudo, em nota.

Futuro da pesquisa contra o Parkinson

Agora, a próxima etapa da pesquisa envolve testar o exame de sangue em pacientes com tendência ao Parkinson, mas ainda sem sintomas. Além dessa nova forma de diagnóstico, a especialista reforça a importância do desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos contra a doença, o que deve garantir melhor qualidade de vida aos pacientes.

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Em paralelo a esse teste de sangue, outros grupos de pesquisa trabalham em formas diferentes de diagnóstico do Parkinson. Por exemplo, cientistas britânicos descobriram que a varredura ocular pode detectar a doença até 7 anos antes dos sintomas. Outros estudos promissores envolvem o uso da Inteligência Artificial e smartwatches

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Fonte: Science Translational Medicine e Universidade Duke