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Exame de sangue de centenários revela segredos da longevidade

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 twenty20photos/Envato
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Na Suécia, cientistas do Instituto Karolinska (KI) analisaram exames de sangue de mais de 44 mil idosos em busca dos segredos da longevidade, coletados por mais de 30 anos. Do total de amostras, 1,2 mil se tornaram centenários, ou seja, ultrapassaram os 100 anos de vida.

Segundo os autores, este é o primeiro grande estudo a investigar o sangue dos centenários em busca de biomarcadores relacionados com a excepcional expectativa de vida. Os níveis de glicose, ácido úrico e creatina eram mais baixos entre os que idosos que viveram mais tempo.

Em tese, o estudo publicado na revista GeroScience pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos que prolonguem a vida. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar a validade dos achados.

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Medindo a longevidade no sangue

No estudo, os pesquisadores suecos compararam 12 biomarcadores no sangue de pessoas que viveram além dos 100 anos de idade e de seus pares que tiveram uma vida mais curta. Entre os marcadores, estão:

  • Biomarcador relacionado à inflamação, como o ácido úrico. Este é um resíduo no corpo causado pela digestão de certos alimentos;
  • Biomarcadores ligados ao estado e função metabólica, como colesterol total e glicose;
  • Biomarcadores relacionados à função hepática, como alanina aminotransferase (Alat), aspartato aminotransferase (Asat), albumina, gama-glutamil transferase (GGT), fosfatase alcalina (Alp) e lactato desidrogenase (LD);
  • Creatina, um biomarcador também relacionado à função renal;
  • Ferro e a capacidade total de ligação do ferro (TIBC), que está ligada à anemia;
  • Albumina, um biomarcador associado à nutrição.

Todos os marcadores no sangue selecionados já tinham sido, anteriormente, relacionados com os processos de envelhecimento em estudos anteriores.

Qual o segredo dos centenários?

Olhando para os valores gerais dos biomarcadores, independente da idade do idoso, eles estavam fora da faixa considerada normal nas diretrizes clínicas. A explicação está no fato de que essas médias são definidas com base em uma população mais jovem.

Agora, ao observar a diferença entre os que chegaram aos 100 anos e os que faleceram antes, eles descobriram que 10 dos 12 biomarcadores mostraram uma conexão com a probabilidade da pessoa se tornar um centenário. Os marcadores indiferentes foram a albumina e a alanina aminotransferase.

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No geral, “aqueles que chegaram ao centésimo aniversário tendiam a ter níveis mais baixos de glicose, creatinina e ácido úrico a partir dos 60 anos”, afirma Karin Modig, professora associada de epidemiologia do KI e autora do estudo, em artigo para a plataforma The Conversation

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No caso do ácido úrico, os idosos do grupo com o menor nível tinham 4% de chance de chegar aos 100 anos, enquanto no grupo com os maiores níveis de ácido úrico, apenas 1,5% se tornaram centenários. Por outro lado, níveis mais elevados de ferro foram interpretados como sinal de longevidade.

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“Embora os valores medianos não diferissem significativamente entre centenários e não centenários para a maioria dos biomarcadores, os centenários raramente apresentavam valores extremamente altos ou baixos”, acrescenta a pesquisadora sobre a importância da constância.

O atual estudo não considerou o impacto do estilo de vida e nem a questão genética na probabilidade de uma pessoa chegar aos 100 anos. Então, os resultados devem ser vistos como um ponto de partida na pesquisa sobre os segredos do envelhecimento.

Fonte: GeroScienceThe Conversation