EUA retomam vacina da Janssen após interrupção por casos de trombose
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 26 de Abril de 2021 às 07h00
No último dia 13, o uso da vacina da Janssen (Johnson & Johnson) contra a COVID-19 foi interrompido nos Estados Unidos por causa do surgimento de coágulos sanguíneos em algumas mulheres, duas semanas após receberem a dose única do imunizante. No entanto, na última sexta (23), as agências reguladoras de saúde dos EUA autorizaram a retomada do uso da vacina em questão.
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Por meio de um comunicado, a Administração de Alimentos e Remédios (FDA) e o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) afirmaram que os benefícios conhecidos e potenciais da vacina contra a COVID-19 da Janssen superam seus riscos conhecidos e potenciais em indivíduos de 18 anos ou mais. "Não recomendamos mais a pausa no uso dessa vacina", disse a diretora do próprio CDC, Rochelle Walensky, em uma coletiva de imprensa. Segundo a diretora, a aplicação do imunizante deveria ser retomada imediatamente, e as agências vão monitorar o uso da vacina.
Diferente dos outros imunizantes, que exigem duas doses, o da Janssen é de dose única. Aproximadamente 8 milhões de pessoas já receberam o imunizante até o momento a vacina. No fim de janeiro, a Johnson & Johnson relatou uma eficácia de 66% na prevenção da COVID-19 e de 85% contra casos graves da doença e hospitalizações.
Trombose
Esses casos de trombose (formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias ou artérias) acometeram apenas mulheres com menos de 50 anos de idade. Três delas morreram e sete continuam hospitalizadas. Na época, o diretor da FDA (Food and Drug Administration), Peter Marks, afirmou que os sintomas, aparentemente, são extremamente raros. Ainda assim, a recomendação é que a aplicação das vacinas seja interrompida como forma de segurança.
Depois de uma análise feita por um grupo de 14 especialistas, foi determinada a inclusão de avisos para as mulheres em materiais de divulgação disponíveis nos centros de vacinação, referentes ao risco. Com isso, a Johnson & Johnson afirmou que adicionará um aviso no rótulo da vacina.
Por causa da suspensão nos EUA, a Johnson & Johnson chegou inclusive a adiar o lançamento de seu imunizante na União Europeia, onde seu uso já tinha até mesmo sido aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Na ocasião, a farmacêutica não apenas interrompeu o envio de doses para a União Europeia, como também aconselhou os governos a armazenarem as doses que já haviam recebido até que a EMA emitisse uma nova orientação sobre o uso da vacina.
No Brasil, a vacina da Johnson & Johnson já teve seu uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e em março o Ministério da Saúde fechou contrato com a empresa para a aquisição de 38 milhões de vacinas. Com isso, 16,9 milhões de doses devem chegar em agosto e mais 21,1 milhões em novembro.
Fonte: DW