Estudo revela como a esquizofrenia impacta o cérebro
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Não é de hoje que a ciência busca entender como é o cérebro de uma pessoa com esquizofrenia, mas um recente estudo publicado na revista científica Molecular Psychiatry mostrou, pela primeira vez, maiores detalhes dos impactos cerebrais proporcionados por tal condição.
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O estudo revela que a esquizofrenia pode estar relacionada com alterações na vascularização de determinadas regiões do cérebro: células neurais (astrócitos) derivadas de pacientes com a doença induzem a formação de um maior número de vasos, o que pode afetar a rede vascular de algumas áreas cerebrais.
Os pesquisadores lançam luz sobre a diminuição no fluxo metabólico (produção de energia) em certas regiões cerebrais, o que reforça o papel dos astrócitos como um elemento central da doença. Essa compreensão pode ajudar a comunidade médica a lidar melhor com a condição, no futuro.
Os responsáveis pelo artigo explicam que estudos anteriores já haviam sugerido que tanto anormalidades moleculares quanto funcionais dos astrócitos poderiam estar envolvidas na patogênese da esquizofrenia, e através dessa nova análise, foi possível comprovar essa relação. Para isso, o grupo fez experimentos com células-tronco.
Conforme indica o artigo, os astrócitos derivados de pacientes com esquizofrenia apresentavam um perfil crônico de inflamação. Levando em consideração que os astrócitos são células neurais que regulam a resposta imune, a teoria dos pesquisadores é que eles estejam promovendo uma vascularização mais imatura ou menos eficiente.
Esquizofrenia
Os principais sintomas da esquizofrenia são os delírios (ideias ou pensamentos que não correspondem à realidade, mas que a pessoa tem convicção absoluta), alucinações (percepções irreais dos órgãos dos sentidos, como ouvir vozes) e ideias confusas/desconexas.
A pessoa esquizofrênica também perde a capacidade de expressar suas emoções e de reagir emocionalmente às situações. Vale perceber, ainda, que a esquizofrenia geralmente evolui em episódios agudos, em que aparecem vários desses sintomas.
Fonte: Molecular Psychiatry via Fapesp