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Estudo polêmico afirma que neurônios não têm o formato que acreditamos

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Griswold et al, 2024/Nature
Griswold et al, 2024/Nature

Existe toda uma ideia geral sobre o formato de um neurônio: um corpo celular irregular, semelhante a uma ameba, e um fio longo e grosso. Mas um novo estudo chegou com polêmicas ao dizer que os neurônios não têm esse formato que acreditamos.

Esse fio é o axônio, que conduz sinais elétricos para terminais onde a célula se comunica com outros neurônios. Os axônios há muito são descritos como lisos e cilíndricos, mas o novo estudo desafia essa visão.

Apesar do que a maioria dos diagramas mostra, esses axônios não são um cilindro liso, eles dizem, mas mais como um colar de pérolas.

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O tamanho e o espaçamento dessas saliências nanoscópicas são dinâmicos, como botões de controle, justamente para controlar a rapidez com que as mensagens são enviadas no cérebro.

Para esse estudo, a equipe da Universidade John Hopkins usou um microscópio eletrônico e notou pequenas pérolas espaçadas ao longo dos axônios de um camundongo.

Eles perceberam que os sinais eram mais lentos quando as pérolas do axônio eram menores e mais espaçadas. Quando esse espaço era maior entre as pérolas, os sinais eram mais rápidos.

Há controvérsias

No entanto, especialistas da área contestam as descobertas. Alguns duvidam que o trabalho derrube totalmente o que se sabe sobre o verdadeiro formato do axônio, e argumentam que o axônio pode não ser um tubo perfeito, mas também não se limita ao que os pesquisadores mostram.

Em uma publicação da Science, o neurocientista Christophe Leterrier, da Universidade de Aix-Marseille, chama o estudo de “uma adição controversa à literatura”.

Um dos argumentos é que essas pérolas são um efeito colateral de danos celulares, ou então parte do processo de preparação, de modo que os axônios podem ficar assim e então se recuperar, voltando a parecer tubos normais, como em uma regeneração.

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Podemos ver as informações completas do novo estudo na revista científica Nature Neuroscience.

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Fonte: Science