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Estudo mostra como o Alzheimer altera os vasos sanguíneos do cérebro

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Geralt/Pixabay
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Em novo estudo promovido pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), pesquisadores desenvolveram um atlas dos vasos sanguíneos do cérebro, e conduziram uma comparação entre pessoas saudáveis e pacientes com Alzheimer para entender as mudanças proporcionadas pela doença.

Ao todo, os pesquisadores analisaram 428 participantes (220 diagnosticados com Alzheimer e 208 do grupo controle), e caracterizaram mais de 22.514 células vasculares de seis diferentes regiões cerebrais, medindo a expressão de milhares de genes para cada célula. Os conjuntos de dados resultantes revelaram grandes contrastes entre os dois grupos de pessoas.

Usando as distintas assinaturas de expressão gênica de diferentes células cerebrovasculares, os pesquisadores distinguiram 11 tipos de células vasculares, que incluem células endoteliais (conhecidas por revestir a superfície interior dos vasos sanguíneos), pericitos (que envolvem pequenos vasos e fornecem suporte estrutural e controle do fluxo sanguíneo) e células musculares lisas.

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Alzheimer e mudanças nos vasos do cérebro

Através da análise, os pesquisadores descobriram que as células endoteliais capilares, responsáveis ​​pelo transporte, remoção de resíduos e vigilância imunológica, mostraram a maioria das alterações no Alzheimer, incluindo genes envolvidos na depuração da beta-amiloide, uma das principais características observadas no cérebro de pacientes com doença.

Outros processos desregulados observados pelos pesquisadores incluíram função imunológica, homeostase da glicose e organização da matriz extracelular, todos compartilhados entre vários tipos de células vasculares, e também alterações específicas do tipo de célula, incluindo receptores de fator de crescimento em pericitos e transportador e energia em células endoteliais, e resposta celular à substância beta-amiloide em células musculares lisas.

Segundo o estudo, a regulação da detecção de insulina e da homeostase da glicose sugere conexões importantes entre o transporte de gordura e a doença de Alzheimer regulada pela vasculatura e pelas células da barreira hematoencefálica, que podem ser promissoras para novas pistas terapêuticas.

Detecção e diagnóstico do Alzheimer

A ciência vem encontrando métodos para detectar a doença de maneira precisa. Para se ter uma noção, em 2022, um grupo desenvolveu um método para detectar Alzheimer através de exame de sangue. O teste é capaz de verificar os níveis de uma proteína tóxica associada ao desenvolvimento da condição.

Na ocasião, essa proteína tóxica, chamada de oligômero, mostrou presença no sangue de 11 participantes. A equipe submeteu todos a um exame de acompanhamento, e dez deles foram diagnosticados com sintomas típicos da doença, como comprometimento cognitivo.

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Outro grupo de cientistas usou inteligência artificial para diagnosticar Alzheimer. A estratégia consiste em analisar os padrões de uso da glicose nos cérebros de pacientes.

Fatores de risco para o Alzheimer

Anteriormente, listamos tudo o que você precisa saber sobre o Alzheimer, incluindo fatores de risco: o avanço da idade é o maior deles. Vale apontar que a doença não faz parte do envelhecimento normal, mas à medida que se envelhece, a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer aumenta.

No geral, existem inúmeros fatores de risco para o Alzheimer, além da idade, como genética, síndrome de Down, comprometimento cognitivo leve (MCI), traumas na cabeça, poluição do ar, consumo excessivo de álcool, padrões de sono ruins, sedentarismo, obesidade, tabagismo, pressão alta, colesterol alto e diabetes tipo 2 não controlada.

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Fonte: Nature Neuroscience, MIT NewsMayo Clinic