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Estudo comprova que é possível pegar COVID-19 respirando o ar do hospital

Por| 12 de Agosto de 2020 às 18h15

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Reprodução/ Rensselaer Polytechnic Institute
Reprodução/ Rensselaer Polytechnic Institute

Pesquisadores acabam de confirmar, após a conclusão de um estudo, que o novo coronavírus pode flutuar no ar. A pesquisa comprovou que gotículas respiratórias flutuantes, também conhecidas como aerossóis, carregam o vírus vivo no ar e pronto para infectar uma pessoa, e não somente fragmentos de material genético.

O estudo foi conduzido por uma equipe de cientistas da Universidade da Flórida, que isolou o vírus vivo a partir de aerossóis coletados de uma distância de 2,13 metros a 4,8 metros de pacientes hospitalizados com a COVID-19. A distância recomendada de pessoas infectadas, para evitar a contaminação, é de cerca de dois metros.

Os aerossóis são minúsculos, medindo apenas cinco micrômetros de diâmetro, e a sua evaporação pode torná-los menores ainda. Por isso, qualquer tentativa de capturar essas gotículas podem danificar o vírus existente nelas. Segundo Shelly Miller, engenheira ambiental da Universidade do Colorado e que estuda a qualidade do ar e doenças existentes nela, é muito difícil capturar amostras de material biológico e mantê-lo viável. Sendo assim, a pesquisa conseguiu ser bastante precisa.

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"Precisamos ser inteligentes na hora de coletar amostras de material biológico, para que sejam mais parecidas na questão de como podemos inalá-las", completa a cientista. Tentativas anteriores, de outras equipes, já foram frustradas por não contar com condições experimentais próximas da realidade.

A metodologia do estudo dos pesquisadores da Universidade da Flórida envolveu o desenvolvimento de amostras que usam o vapor de água pura para aumentar os aerossóis, de forma suficiente para que as gotículas possam ser coletadas no ar. Então, o equipamento transfere os aerossóis para um líquido rico em sal, açúcar e proteína, responsável por preservar o patógeno.

A coleta foi feita em uma sala do hospital Health Shands, da Universidade da Flórida, dedicada apenas a pacientes sendo tratados da COVID-19 e nenhum deles foi submetido a procedimentos médicos para gerar os aerossóis. Com o vírus isolada em uma placa de petri, os cientistas constataram que a sequência do genoma de um vírus isolado era idêntica a de um cotonete de um paciente assintomático recém-admitido no hospital.

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A sala ainda contava com seis renovações de ar por hora, equipada com filtros eficientes, irradiação ultravioleta, além de outras medidas de segurança que inativam o vírus antes que o ar seja reintroduzido no local. Esses fatores, segundo os pesquisadores, podem explicar o motivo de terem encontrado apenas 74 partículas de vírus por litro de ar. Já espaços internos sem a prevenção necessária podem acumular uma quantidade muito maior de vírus no ar.

A pesquisa, no entanto, ainda não foi revisada e também não está claro se a quantidade de vírus recuperado do ar é suficiente para provocar uma infecção, mas a descoberta acende um alerta para a prevenção pelo distanciamento.

Fonte: New York Times