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Estresse crônico altera DNA no esperma e impacta os filhos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Alex Green/Pexels
Alex Green/Pexels

O estresse crônico pode impactar o material genético no esperma e afetar o comportamento dos filhos. Essa é a mais nova descoberta da ciência, publicada em um artigo da revista Molecular Psychiatry. O grupo de cientistas envolvidos percebeu que altos níveis de hormônios do estresse interferem em moléculas que, quando alteradas e colocadas em óvulos fertilizados, causam mudanças no desenvolvimento e no comportamento.

Essas mudanças comportamentais estão relacionadas com condições como ansiedade e depressão, conforme comentam os autores.

O estudo australiano foi conduzido em camundongos, que por sua vez foram divididos em dois grupos: um grupo bebeu água com corticosterona (um hormônio do estresse) por quatro semanas, enquanto o outro bebeu apenas água normal.

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Depois dessas semanas, os pesquisadores coletaram o esperma dos machos e analisaram por meio de uma técnica chamada CaptureSeq, para identificar mudanças nos RNAs (as moléculas que carregam instruções do nosso material genético), mais precisamente, os RNAs longos não codificantes (um tipo específico de RNA que não codifica proteínas, mas tem outras funções importantes nas células, como a regulação da expressão de genes, a organização da estrutura do genoma e o controle de diversos processos celulares).

Para testar o impacto dessas mudanças, os pesquisadores injetaram RNAs dos ratos em óvulos fertilizados de camundongos. Esses óvulos foram então implantados em camundongos fêmeas para gerar filhotes, que passaram por vários testes comportamentais para avaliar fatores relacionados a ansiedade e depressão.

Mudanças comportamentais

Com a análise, os pesquisadores australianos descobriram que a exposição à corticosterona levou a mudanças significativas no perfil de RNAs do esperma, principalmente aqueles que estão envolvidos na diferenciação neural.

Além desses comportamentos relacionados com depressão e ansiedade, o estudo descobriu que os filhotes dos roedores expostos ao estresse tinham peso corporal maior que os outros.

Agora, os pesquisadores querem saber se essas mudanças também ocorrem no esperma humano e se elas contribuem para transtornos cerebrais na próxima geração.

Estresse crônico

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O estresse impacta cada sistema do corpo humano, desde o sistema nervoso (danificando o hipocampo, uma área fundamental para a memória) até o gastrointestinal, tornando o esvaziamento do intestino bem mais lento.

Além desse impacto no esperma, podemos notar que o estresse envelhece biologicamente. Inclusive, causa o envelhecimento do sistema imunológico.

Fonte: Molecular Psychiatry

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