Esferas magnéticas detectam patógenos na água e no sangue
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram pequenas esferas magnéticas capazes de detectar patógenos na água e no sangue. Essas tecnologias também podem ser revestidas com anticorpos que se ligam a moléculas alvo, como um patógeno específico. As descobertas serão publicadas no periódico Journal of Raman Spectroscopia, mas já foram anunciadas no site oficial do MIT.
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Nos estudos, a equipe demonstrou a capacidade da tecnologia de detectar sinais de Salmonela, por exemplo. Os cientistas também encontraram uma maneira mais rápida de confirmar a presença de patógenos ligados a essas esferas (chamadas de Dynabead): uma técnica chamada espectroscopia Raman, que identifica moléculas específicas com base na forma única como uma molécula dispersa a luz.
Basicamente, essas esferas contam com uma assinatura muito forte, que pode ser facilmente detectada, como se fosse uma etiqueta fluorescente. Se detectado, o sinal pode servir como uma confirmação rápida, em menos de um segundo, de que um patógeno alvo está de fato presente em uma determinada amostra.
“Esta técnica seria útil numa situação em que um médico está a tentar diminuir a origem de uma infecção, a fim de informar melhor a prescrição de antibióticos, bem como para a detecção de agentes patogénicos conhecidos em alimentos e água”, afirmam os pesquisadores, em comunicado do MIT.
A ideia do grupo de cientistas é que a abordagem acabe por levar à expansão do acesso a diagnósticos avançados em ambientes com recursos limitados.
Esferas magnéticas detectoras de patógenos
Essas esferas microscópicas são feitas de um núcleo magnético de ferro e um invólucro de polímero que pode ser revestido com anticorpos, que por sua vez atuam como ganchos para ligar moléculas-alvo específicas. Quando misturado com um fluido, como um frasco de sangue ou água, quaisquer moléculas presentes aderem às esferas.
Com o auxílio de um ímã, os cientistas podem colocar as esferas no fundo de um frasco e filtrá-las para fora da solução. “Inicialmente procurávamos identificar as assinaturas das bactérias, mas a assinatura das Dynabeads era na verdade muito forte. Percebemos que este sinal poderia ser um meio de informar se você tem essa bactéria ou não", completam os pesquisadores.
Para a demonstração prática, os pesquisadores misturaram as esferas em frascos de água contaminada com Salmonella e meiram a maneira como a luz se espalhava pelo fluido quando exposta a laser. Imediatamente, o grupo conseguiu detectar a assinatura e confirmar a presença das Dynabeads e da Salmonella.
Fonte: MIT News