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Ebola pode se esconder no cérebro e causar recaída "mortal" no futuro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Fevereiro de 2022 às 17h40

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CDC/Unsplash
CDC/Unsplash

Pesquisadores norte-americanos descobriram que o vírus ebola pode se esconder no cérebro, após uma suposta cura. No entanto, em um momento oportuno, o agente infeccioso pode atacar novamente, causando graves consequências para alguns indivíduos, inclusive a morte. A descoberta foi observada em macacos, mas acredita-se que um comportamento similar da doença possa ocorrer em humanos.

Publicado na revista Science Translational Medicine, o estudo sobre o ebola foi desenvolvido por cientistas do United States Army Medical Research Institute of Infectious Diseases (Usarmriid). Durante os experimentos, a equipe infectou 36 macacos-rhesus (Macaca mulatta) e acompanhou o comportamento do vírus.

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Segundo os autores, outras pesquisas sugeriram que o vírus ebola poderia se esconder em macacos e humanos em diferentes partes do corpo — como testículos, olhos e cérebro. Agora, as novas evidências — obtidas através de necropsia das cobaias — confirmam a presença e a persistência do agente infeccioso no cérebro, mesmo após meses da suposta cura em alguns indivíduos.

Isso ajuda a explicar, em tese, o porquê de alguns sobreviventes humanos ao ebola terem recaídas e morrer meses ou anos após se recuperarem da infecção inicial.

Entenda a pesquisa sobre o ebola em macacos

Após induzir a infecção pelo ebola, os pesquisadores trataram os macacos com o mesmo protocolo adotado para humanos: anticorpos monoclonais. Com o sucesso do tratamento, a equipe buscou possíveis sinais do vírus na corrente sanguínea dos animais e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Este envolve o cérebro e a medula espinhal.

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Passadas quatro semanas da exposição inicial ao vírus, sete dos 36 macacos ainda carregavam altos níveis de RNA do Ebola no líquido cefalorraquidiano. Segundo os pesquisadores, isso sugere uma infecção persistente do ebola no sistema nervoso. Inclusive, dois dos sete adoeceram novamente e morreram em decorrência do retorno da infecção em cerca de 35 dias. Os outros animais sobreviveram por meses.

Após quatro meses, todos os animais que sobreviveram foram sacrificados, já que a ideia era estudar o tecido cerebral dos sobreviventes e compará-lo ao dos macacos que morreram. Nos sete macacos com RNA viral no LCR, os pesquisadores descobriram o vírus permanecia nas cavidades do cérebro onde o líquido é produzido. Nenhum outro órgão permanecia infectado, além do cérebro.

Caso as descobertas se confirmem em humanos, a ciência precisará aprimorar os tratamentos disponíveis para que seja possível eliminar também os vírus que permanecem no cérebro, o que deve garantir maior proteção para os infectados.

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Fonte: Science Translational Medicine e The Scientist