Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Como o Ministério da Saúde planeja distribuir as vacinas contra COVID-19?

Por| 03 de Dezembro de 2020 às 16h40

Link copiado!

 Gustavo Fring / Pexels
Gustavo Fring / Pexels

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu os requisitos para pedido de uso emergencial de uma vacina contra a COVID-19. Agora, o Ministério da Saúde começa a compartilhar a estratégia "preliminar" para a vacinação da população contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Por enquanto, a campanha de imunização será dividida em quatro etapas, sendo que cada uma deve alcançar uma parcela específica dos brasileiros.

Na primeira fase, o foco da vacinação contra a COVID-19 será nos trabalhadores da saúde, comunidades indígenas e população idosa com mais de 75 anos. A exceção serão pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas. Em outras palavras, estes serão os primeiros a se beneficiarem dos imunizantes contra o coronavírus.

Continua após a publicidade

Na segunda fase, o foco permanece sendo os idosos, mas entram aqueles com idades entre 60 a 74 anos. Já, na terceira fase, as campanhas vão imunizar pessoas com comorbidades e que, por isso, apresentam maior chance de complicações devido à COVID-19. Por exemplo, pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares devem ser vacinados nesta etapa. Por fim, na quarta fase, serão vacinados os professores, as forças de segurança e salvamento, os funcionários do sistema prisional e os presos.

Vale ressaltar que o plano de vacinação ainda não foi completamente definido e podem ocorrer mudanças. De acordo com o Ministério da Saúde, o plano de imunização só ficará pronto quando houver uma vacina registrada na Anvisa — atualmente, nenhuma fórmula tem autorização. No entanto, a população, em geral, não deve ser foco das primeiras doses contra a COVID-19.

“É importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos imunizantes e situação epidemiológica de cada região”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.

Quais vacinas serão oferecidas no Brasil?

Continua após a publicidade

Em nota divulgada na terça-feira (1), o Ministério da Saúde informou que a expectativa é imunizar 109,5 milhões de pessoas contra a COVID-19 no ano de 2021. Entre as opções de imunizantes já inclusas nesta conta, estão 142,9 milhões de doses. Esse total soma as doses que o país deve obter a partir do acordo pela vacina da Universidade de Oxford, desenvolvida com a farmacêutica AstraZeneca (100,4 milhões de doses), e pela iniciativa COVAX Facility (42,5 milhões), liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vale lembrar que as vacinas mais avançadas, até o momento, dependem de duas doses para promover uma imunização eficaz. Nesse sentido, o governo terá insumos garantidos para mais de 70 milhões de brasileiros. Além disso, dentro das "definições preliminares da estratégia", o Ministério da Saúde não incluiu a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A previsão é que o governo de São Paulo compre cerca de 46 milhões de doses e depois comece a produzir nacionalmente a vacina.

Questão sobre a vacina da Pfizer

Outra opção ainda não inclusa nos planos preliminares de vacinação, está a vacina da farmacêutica Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech — aprovada esta semana no Reino Unido. Segundo executivos da Pfizer do Brasil, a farmacêutica trabalha um acordo com o governo federal para a aquisição de lotes da vacina. Inclusive, já há uma proposta que pode solucionar a questão logística de distribuição do produto que deve ser armazenado em uma temperatura de -70ºC.

Continua após a publicidade

No entanto, o intervalo de tempo para fechar o negócio é pequeno e está estipulado em uma semana. De acordo com especialistas, consultados pelo jornal O Globo, maior desafio será o logístico, já que as baixas temperaturas necessárias devem gerar uma corrida por freezers especiais, comparável às dificuldades para obtenção de respiradores no começo da pandemia.

Com planejamento pode ser possível a distribuição das vacinas da Pfizer, explica Gonzalo Vecina Neto, sanitarista da USP e fundador da Anvisa. "Se a Pfizer oferecer ao Brasil 50 milhões, 100 milhões de doses, claro que será possível resolver a logística. É complexo, mas todos os países estão fazendo", comenta Gonzalo.

Segundo o engenheiro mecânico e consultor da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Oswaldo de Siqueira Bueno, o Brasil tem capacidade para construir os ultra freezers necessários para o armazenamento da vacina e os insumos necessários. De acordo com Bueno, os equipamentos poderiam ser fornecidos em prazos de 60 e 90 dias. Nesse sentido, nos Estados Unidos, a Ford já anunciou que deve produzir freezers ultra frios.

Continua após a publicidade

Outro desafio será a questão dos preços. Isso porque a dose da vacina da Pfizer está estimada em R$ 106, enquanto a CoronaVac deve custar R$ 56 e a vacina de Oxford deve ser entre R$ 16 e R$ 22 por dose. Em outras palavras, mesmo que haja uma vacina (ou várias vacinas) ainda haverá os enormes desafios envolvidos na sua distribuição.

Fonte: G1, Ministério da Saúde e O Globo (1) e (2)